As empresas de ônibus apresentaram uma proposta para a prefeitura para que a tarifa fosse reajustada para R$ 3,80 - o equivalente a 27% de aumento.
O prefeito de Campinas, Pedro Serafim, autorizou o aumento e ressaltou, em nota, que o percentual é inferior ao aumento no custo de operação do sistema. Segundo a Empresa de Desenvolvimento de Campinas (Emdec), esse custo operacional teria elevado 12,39% no período. A prefeitura ressalta ainda que foram considerados os aumentos dos insumos, como os salários dos motoristas (11,73%).
Circulam pelo sistema de ônibus de Campinas cerca de 600 mil passageiros por dia. A Associação das Empresas de Transporte Coletivo Urbano de Campinas (Transurc) alegou que a necessidade de aumento se deve ao equilíbrio econômico e financeiro do contrato.
"Entre vários fatores, o índice de pessoas que não pagam passagem em Campinas é alto. Cerca de 28% das pessoas que andam de ônibus não pagam passagem na cidade, por causa das gratuidades, com idosos, deficientes e estudantes, e principalmente pelo sistema de integração do bilhete único", explicou o diretor de Comunicação da Transurc, Paulo Barddal.
As empresas de ônibus, que têm cerca de 1 mil veículos dos cerca de 1,3 mil que compõem o sistema, atribuem, entre outros fatores, o alto custo das despesas com salários para justificar o preço. Cerca de 50% da composição de gastos na planilha que calcula o valor a ser cobrado na tarifa são dos salários, encargos e benefícios.
Em Campinas, um motorista recebe um salário de R$ 1.728,40. Em São Paulo, o salário é de R$ 1.776,60, no Rio, R$ 1.618,06, e em Belo Horizonte, R$ 1.481,48, segundo dados da Transurc. Outro fator que diferencia o valor da tarifa local da de São Paulo são os subsídios.
"Desde 2010 o subsídio pago pela prefeitura é de R$ 28 milhões. Em São Paulo, era de R$ 400 milhões e esse ano foi de R$ 880 milhões", explica o diretor.
Fonte: O Estado de S. Paulo, 3 de dezembro de 2012