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Ou você está entre os 6 milhões que entopem as ruas de carros ou é um dos 5 milhões que se espremem no transporte coletivo. É preciso investimentos para os dois lados, mas a distribuição de recursos para a mobilidade urbana foi sempre desigual. A convite do jornal Estado de S. Paulo, urbanistas e engenheiros analisaram projetos (alguns não concluídos), com resultados variados na tentativa de melhorar a vida na Capital. Sobram propostas e falta consenso. Há ao menos duas certezas: deve-se investir em transporte público e reduzir deslocamentos com automóvel. "São Paulo não precisa estar condenada a viver pior", diz Aílton Pires, presidente da Associação Nacional de Transportes Públicos (ANTP).
Distritalização
A ocupação desordenada faz milhares de pessoas se deslocarem de um extremo a outro da cidade, o que complica o trânsito e superlota o transporte público. Distritalização é uma saída. "Você fica onde mora. São 96 distritos. Poder público e a iniciativa privada têm de investir neles", diz o vereador e presidente da Comissão de Trânsito e Transporte da Câmara, Ricardo Teixeira.
Transporte público
O Estado vai investir R$ 20 bilhões no Metrô, na CPTM e EMTU/SP. Trata-se da expansão da rede de trilhos (de 61,3 para 240 km), adoção do metrô de superfície, compra de trens da CPTM e ampliação de corredor de ônibus. Para José Baião, presidente da Associação dos Engenheiros e Arquitetos de Metrô, o Metrô paulista é acanhado em tamanho. "O de Madri é quatro vezes mais extenso, tem o triplo de linhas e transporta quase o mesmo volume." Com a expansão, o total de passageiros deve subir 55% (são 3,3 milhões por dia) e o tempo de deslocamento cair 25%.
Ciclovias
O Instituto Parada Vital, Prefeitura e Estado criaram em 2008 áreas nas estações de Metrô para aluguel e estacionamento de bicicletas. "É eficiente para curtas distâncias", diz o presidente do instituto, Ismael Caetano. O presidente da ANTP questiona o impacto no trânsito - são 305 mil viagens diárias, diz a pesquisa "Origem e Destino". Para 2010, estão previstas ciclovias ao lado do Autódromo de Interlagos e ao longo das Marginais.
Rodízio
Quando começou, em 1997, o rodízio tirou 20% dos carros das ruas no horário de pico. A frota, porém, cresce 5% ao ano. Agora, tramita na Câmara projeto que prevê ampliação da restrição para dois dias. "A classe média já tem dois, três carros. Só elimina o pobre, que tem um", diz o especialista de trânsito Alexandre Zum Winkel, da consultoria Tranzum.
Pedágio urbano
Em 2011, o motorista terá o carro monitorado por chip. No Chile, a tecnologia é usada para cobrar pedágio nas estradas e, em Londres, para o pedágio urbano. O prefeito Gilberto Kassab nega, mas especialistas acreditam que a cobrança é inevitável. "Pode cobrar mais dos veículos poluidores ou não cobrar de quem não polui", diz o urbanista Cândido Malta Campos Filho.
Eles desistiram do volante
Um vai para o trabalho pedalando todos os dias. Outra deixou de lado o salto alto e a bolsa de mão, mas agora economiza R$ 3 mil por ano. Em comum, o objetivo de abandonar o carro - e horas de congestionamento.
Para ir da Freguesia do Ó até o Sesc Pompeia, Roberto Gomes pedala 8 km. "Pode estar chovendo, ventando, não importa. É de bicicleta." Há cinco anos, ele acorda às 6 horas, coloca a roupa de trabalho na mochila com cuidado e segue em frente. Não se arrepende, apesar dos riscos de estar em uma bike: já foi atropelado duas vezes.
A camisa social branca de Cláudia Frigerio também terá de sair ilesa do ônibus lotado, sentido Faria Lima. Às 8 horas, a bancária leva 40 minutos para chegar ao trabalho. O sapato baixo é para aguentar a ladeira até o ponto. "Abandonei o salto alto e bolsas de mão." Em julho, quando o escritório mudou de lugar e deixou de ter estacionamento próprio, Cláudia decidiu deixar o carro na garagem de casa, em Perdizes. "Ainda precisaria pagar R$ 250,00 por mês."
Os ex-carro-dependentes Careimi Assmamn e Luis Carlos Pavan, sócios de uma produtora de vídeos, resolveram vender o automóvel há três anos. A vontade de voltar a dirigir, garantem, não existe. "Usamos o dinheiro para viajar", diz o casal, que economiza até R$ 6 mil por ano.
Fonte: O Estado de S. Paulo, 5 de dezembro de 2009

Categoria: Geral


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