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Os congestionamentos enfrentados pelos motoristas do Grande ABC todos os dias estão longe de acabar. Especialistas em engenharia de tráfego e urbanismo ouvidos pelo Diário do Grande ABC acreditam que a região deveria aderir ao rodízio de veículos e investir em soluções baratas que envolvam o transporte coletivo, como a construção de corredores de ônibus. Aplicadas na Capital paulista na última década, as alternativas surtiram efeito, mas não foram capazes de resolver completamente o problema do trânsito.
Restringir a circulação de carros tem sido um assunto evitado pelos políticos da região. Não há, atualmente, discussão sobre o rodízio no Consórcio Intermunicipal do Grande ABC. "A solução para o trânsito envolve medidas amargas. Atitudes que, muitas vezes, são impopulares", afirma o professor Ricardo de Sousa Moretti, do Centro de Engenharia e Ciências Sociais da UFABC (Universidade Federal do ABC). "Qualquer solução passa por tirar os carros das ruas. A pergunta é: de quem tirar? É aí que entram as restrições", conclui.
Outras atitudes impopulares apontadas por Moretti são o pedágio urbano, a proibição de estacionamento em áreas centrais e a cobrança de impostos mais altos para os combustíveis.
Na análise do professor Douglas Filenga, pesquisador de Gestão de Cidades da Universidade Metodista, o tema é ainda mais amplo. "Essas opções são paliativas. Devemos desenvolver sistemas que ofereçam variados tipos de transporte, entre eles o de bicicletas, de cadeira de rodas e a pé. Tudo isso submetido à questão ecológica. Temos que pensar a cidade em termos de sistemas interligados", afirma Filenga.
Fonte: Diário do Grande ABC (S. André), 7 de dezembro de 2009

Categoria: Geral


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