Restringir a circulação de carros tem sido um assunto evitado pelos políticos da região. Não há, atualmente, discussão sobre o rodízio no Consórcio Intermunicipal do Grande ABC. "A solução para o trânsito envolve medidas amargas. Atitudes que, muitas vezes, são impopulares", afirma o professor Ricardo de Sousa Moretti, do Centro de Engenharia e Ciências Sociais da UFABC (Universidade Federal do ABC). "Qualquer solução passa por tirar os carros das ruas. A pergunta é: de quem tirar? É aí que entram as restrições", conclui.
Outras atitudes impopulares apontadas por Moretti são o pedágio urbano, a proibição de estacionamento em áreas centrais e a cobrança de impostos mais altos para os combustíveis.
Na análise do professor Douglas Filenga, pesquisador de Gestão de Cidades da Universidade Metodista, o tema é ainda mais amplo. "Essas opções são paliativas. Devemos desenvolver sistemas que ofereçam variados tipos de transporte, entre eles o de bicicletas, de cadeira de rodas e a pé. Tudo isso submetido à questão ecológica. Temos que pensar a cidade em termos de sistemas interligados", afirma Filenga.
Fonte: Diário do Grande ABC (S. André), 7 de dezembro de 2009