O Sindepark participou como entidade apoiadora do V Congresso Infra, realizado de 23 a 25 de abril na sede do Secovi-SP (Sindicato das Empresas de Compra, Venda, Locação e Administração de Imóveis Residenciais e Comerciais de São Paulo), na Capital paulista. O presidente Sergio Morad foi um dos palestrantes desse evento, organizado pela Talen Editora & Eventos, que reuniu líderes em gestão de infra-estrutura e serviços em instalações prediais, industriais e corporativas. Os congressistas presentes tiveram a oportunidade de ouvir Morad falar, com o conhecimento de quem acumulou 33 anos de experiência, sobre a importância dos estacionamentos, que hoje fazem parte do planejamento urbano, e as melhores formas de contratá-los e incorporá-los à infra-estrutura de espaços e serviços prediais.
Arquiteto, administrador e membro da Abrapark (Associação Nacional de Estacionamentos Urbanos) e da Fecomércio (Federação do Comércio do Estado de São Paulo), Morad iniciou com um panorama do setor, que engloba atualmente 9.000 estabelecimentos no Estado de São Paulo e atende a 70 milhões de veículos por mês. O presidente do Sindepark explicou como o negócio se desenvolveu e ressaltou que as garagens subterrâneas, no âmbito público, fazem parte do programa de revitalização da cidade. No entanto, o investimento para os empreendedores é muito alto e as condições ideais para a atividade ter sucesso - rotatividade, custo, preço e financiamento adequados - tornam o processo muito difícil nessa área. "A atividade hoje tem diferentes demandas, dependendo do local, e acabou desenvolvendo-se dentro da área valorizada, principalmente nas edificações. A demanda por vagas cresceu muito e as disponíveis são poucas. Situação diferente de cerca de 10 anos atrás, quando havia vagas superiores à demanda, com tarifas mais baixas. Hoje, a oferta é dada pelas empresas, o poder público não contribuiu quase nada", analisou.
Em seguida, Morad descreveu as diversas vantagens da terceirização do serviço de estacionamento, entre elas a disciplina do uso das vagas, segurança, um controle operacional eficiente e benefícios econômicos. "As pessoas querem praticidade, não têm tempo a perder. A terceirização traz conforto, com manobristas há uma otimização das vagas e tudo isso valoriza o empreendimento", enfatizou. "As pessoas não andam e vão andar cada vez menos", prevê.
O presidente do Sindepark chamou atenção para o fato de que nem sempre a melhor remuneração é compatível com o melhor serviço. "É preciso minimizar o peso da remuneração ao condomínio", aconselhou. Locação e contrato de administração são os modelos de negócio pelos quais os condomínios podem optar e Morad descreveu cada um, com suas peculiaridades quanto ao repasse do faturamento, e observou que o mercado muda rapidamente: "A otimização do negócio de estacionamento, por exemplo, se dava em um ano, 18 meses. Hoje, a maturação é em tempo bem menor no edifício comercial".
Morad enumerou, de forma objetiva, os itens que se deve observar ao contratar uma empresa de estacionamento. É imprescindível saber se é idônea, conhecer o seu histórico, seu know-how, a estrutura operacional que oferece, qual a abrangência do seguro e cobertura. "Enfim, é preciso avaliar a relação remuneração versus excelência do serviço. Se a escolha for atrelada só à remuneração, o contratante pode perder um bom serviço", reiterou. Os riscos do negócio foram outro ponto mencionado por Morad, segundo o qual responsabilidades cíveis e trabalhistas e sinistros devem estar claros no contrato.
"A atividade de estacionamento é relativamente nova, mas pode oferecer vários serviços agregados, como cartão de crédito, sistema de gravação de imagens, convênios com seguradoras, para garantir descontos ao usuário, além da qualificação dos estabelecimentos, como o selo Sindepark, que foi criado há cerca de quatro anos", disse o presidente da entidade. Ele lembrou ainda que o estacionamento é uma atividade meio e fidelidade é fundamental. Para atingir essa fidelização, é preciso agregar serviços.
Quanto ao selo Sindepark, explicou que é uma ferramenta importante para quem vai terceirizar o estacionamento, porque as empresas que aderiram cumpriram uma série de pré-requisitos. "A qualificação faz parte do processo de aperfeiçoamento da atividade", disse.
Morad também falou da atuação do Sindepark em benefício de seus associados, incluindo o esforço por uma regulamentação clara, precisa e eficaz da atividade, além de programas de responsabilidade social, como o que incentiva os motoristas a destinar as esmolas a projetos de melhoria de vida das crianças carentes, por exemplo.
"O estacionamento tem papel fundamental como equipamento urbano, convive com o transporte coletivo e deve fazer parte da discussão da boa utilização viária. As vias têm de ser destinadas à circulação e isso aumenta a demanda por vagas", analisa, acrescentando que a atividade acabou caminhando para a exploração em edificações, mas nem sempre se tem grandes estruturas em edifícios comerciais, ao contrário, poucos têm vagas excedentes. "Nós conseguimos otimizar as vagas ociosas. Mensalistas, que podem ser do entorno, das proximidades, e visitantes são servidos por vagas oferecidas com a terceirização. Com manobristas, se consegue otimizar uma média de 20% a 25% das vagas ociosas em um edifício comercial", concluiu.
Perguntado sobre a verticalização em áreas nobres, Morad respondeu que os terrenos dentro do centro expandido vão deixar de existir e que um terreno vale pelo potencial construtivo que possui. "Os terrenos vão virar edificações e o esforço nosso hoje é que se façam grandes estruturas com vagas excedentes para atender ao público do entorno e visitantes", frisou.
Entre outras pessoas que dirigiram perguntas a Morad, o representante de uma empresa de conservação quis saber como resolver a questão, segundo ele mal resolvida, da fonte de sujidade que é o estacionamento. Morad enfatizou que a definição das funções deve estar no contrato: "Nós preferimos que seja feita por empresa especializada, sob responsabilidade do condomínio, porque a empresa de estacionamento não tem como gerir, a limpeza foge do espírito do estacionamento".
Quanto ao número de vagas que podem ser destinadas ao rotativo num estacionamento, Morad disse ser determinado pela carteira de mensalistas, é ela que impede um número maior de rotativos. "Na minha forma de entender, o visitante deve ter prioridade, até quanto à boa estrutura do estacionamento, porque a maioria das pessoas hoje entra pela garagem", concluiu.
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