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Entre as centenas de carros e novidades do Salão de Frankfurt, são destaques projetos que, pela primeira vez em uma mostra do gênero, sinalizam a chegada dos carros autônomos. Montadoras e seus fornecedores trabalham para mostrar que os veículos capazes de rodar sem participação tão ativa do motorista estão próximos de se tornar realidade. A primeira vitrine disso foi o protótipo do Mercedes-Benz Classe S Intelligente Drive exibido no evento.
A ideia é que, quando a tecnologia estiver completamente madura, o motorista possa entrar no automóvel e fazer outras coisas enquanto o carro se autoguia, como checar e-mails, conversar ou ler. Em situações de maior risco, em que o sistema tiver dificuldade para conduzir o veículo, ele avisaria ao motorista, que retomaria a direção. Seria possível, ainda, o condutor descer do carro na entrada de um aeroporto e ir pegar o seu voo, enquanto o carro seguiria sozinho para uma vaga do estacionamento.
?Um estudo concluiu que, na Alemanha, as pessoas gastam, em média, 90 minutos por dia no carro. Imagine se pudéssemos dar esses 90 minutos para que elas fizessem outras coisas?, instiga Christoph Schrader, engenheiro da Bosch envolvido no projeto do sistema de direção autônoma da companhia, que expôs um protótipo no Salão de Frankfurt.
A promessa é convidativa, mas há uma série de obstáculos até que ela se concretize. Para driblar essas dificuldades, diversas empresas trabalham no desenvolvimento do sistema. Há certo consenso entre os fabricantes de que no médio prazo, a partir de 2016 ou 2017, o nível de automatização dos carros crescerá substancialmente, isentando o motorista de uma série de funções e aumentando a segurança. Apenas entre 2020 e 2025 há expectativa de que carros puramente autônomos ganhem as ruas.
TECNOLOGIAS
?Todos estão trabalhando nisso e devem seguir prazos semelhantes, mas cada empresa está apostando em um sistema diferente. O maior estímulo é a segurança?, avalia Jérome Coudre, gerente de marketing dos produtos da Delphi para a Europa. A corrida tecnológica pretende reduzir o número de mortes no trânsito, que chega a 1 milhão no mundo anualmente. Pesquisas apontam que 90% dos acidentes são causados por erro do motorista.
A Continental é outra sistemista a fazer aportes vultosos em tecnologias que poderão trazer o carro autônomo para a vida real, fora dos salões e exposições automotivas. ?O assunto começou a aparecer agora, mas já estamos engajados nisso há pelo menos 10 anos?, conta Vincent Charles, da área de inovação e tecnologia da Continental. Segundo ele, só este ano a organização investirá 100 milhões de euros em sistemas de assistência ao motorista. Assim como o executivo da Delphi, ele não fala de um carro completamente autônomo para o cenário mais próximo, mas em um veículo altamente automatizado.
Ele estima que em 2016 a companhia já possa entregar um sistema que permita ao carro chegar muito perto de dirigir sozinho, mas em velocidades baixas e ainda com a necessidade de certa coordenação do motorista, que precisará estar atento. ?Nesse caso, são menores as dificuldades com a legislação, que exige que o automóvel seja guiado por alguém. É mais viável. Por isso, estamos muito engajados nos sistemas de assistência de direção.?
PROTÓTIPOS
Duas sistemistas mostraram protótipos equipados com tecnologia de direção autônoma durante o Salão de Frankfurt. Uma delas foi a Valeo, que fez demonstrações do carro em movimento na área externa do evento. Em um pequeno show, atores interpretam um casal que chega de carro em um hotel em Paris e, ao invés de entregar o veículo ao serviço de valet, descem na entrada do local e supostamente acompanham (e eventualmente interferem) pelo celular enquanto o carro procura vaga e estaciona sozinho.
O sistema da Valeo reúne quatro câmeras, uma série de sensores e um scanner a laser, instalado na grade dianteira do carro.
A Bosch também exibiu, mas de forma estática, seu protótipo que dirige sozinho. O carro é equipado com oito sensores, uma câmera e ainda com o scanner a laser no teto, que futuramente será instalado discretamente na grade dianteira. Para Schrader, que integra o time de desenvolvimento da novidade, ?o maior desafio para que o carro autônomo dê certo não está na tecnologia, mas nas pessoas, que terão dificuldade de confiar no sistema.?
MERCADO
Há divergências sobre a funcionalidade que o veículo autônomo teria ao chegar no mercado. O executivo da Continental acredita que a porta de entrada desses modelos será a estrada, que, para ele, oferece menos riscos por não ter pedestres ou grandes interferências na fluidez do tráfego. ?Haverá um tempo de adaptação. Inicialmente esses carros rodarão em velocidades mais baixas, até que as pessoas também se acostumem.?
Coudre, da Delphi, acredita que o início mais provável seria em veículos comerciais, dentro de frotas que circulam em rotas curtas, em áreas privadas. Para a Valeo, a primeira aplicação será nos estacionamentos, como evolução natural dos atuais sistemas de assistência.
Fonte: Automotive Business, 13 de setembro de 2013

Categoria: Mundo do Automóvel


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