Esse trecho da estrada é o único acesso para quem vem da rodovia dos Tamoios em direção a Ilhabela ou a praias da costa sul, como Maresias, Boiçucanga e Camburi. O Corredor Especial de Comércio abarcaria uma faixa de 50 metros de cada lado da via e cortaria a cidade, inclusive bairros com imóveis de alto padrão, casas de veraneio e marinas de luxo, como Arrastão e Pontal da Cruz. O trecho urbano da Rio-Santos é administrado pela prefeitura - o restante da via é gerido pelo governo de SP. Uma das consequências do projeto será anistiar cerca de 30 estabelecimentos irregulares já existentes na área, mas o principal efeito será liberar a instalação de empreendimentos hoje vetados.
Pressa
"Na temporada, levo 45 minutos para andar 4 km", diz Rosely Santaella, presidente da Associação de Moradores do Arrastão. Segundo ela, a instalação desenfreada de comércio na região, além de agravar o trânsito, irá afetar a paisagem. "Colocar comércio ao lado da praia vai tirar a vista lindeira", diz Rosely, para quem o projeto atende a interesses econômicos.
"É o progresso", rebate Eduardo Cimino, presidente da Associação Comercial e Empresarial, para quem o corredor, na prática, já existe. "Ao longo dos anos, vários estabelecimentos se instalaram na informalidade. A vantagem na aprovação da lei é que dá segurança aos futuros empreendedores." Para ele, há temor exagerado em relação ao projeto.
Fonte: Folha de S. Paulo, 5 de junho de 2010