Com o início da operação do Trecho Sul do Rodoanel, em 1º de abril, houve aumento de 42% na fluidez do tráfego na Avenida dos Bandeirantes, de 34% na Marginal do Pinheiros e de 40% na Marginal do Tietê. Em toda a cidade, conforme a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), o ganho médio de fluidez foi de 28%. Até março, passavam pela Avenida dos Bandeirantes 2.389 caminhões de manhã e, à tarde, 2.852. Com a inauguração das pistas, esse volume caiu para 1.457 durante a manhã e 1.389 à tarde. Dos 3 milhões de veículos que utilizaram os 61,4 km do novo trecho do Rodoanel, no primeiro mês de funcionamento, 40% foram caminhões.
Apesar desses ganhos de eficiência, o planejamento do uso da malha viária precisa ser cada vez mais rigoroso, uma vez que essas melhorias têm vida curta numa cidade onde 1,2 mil veículos são emplacados diariamente.
Em meados de 2008, a CET criou restrições à circulação de caminhões nas ruas da capital. Proibiu a frota pesada de circular entre 5 e 21 horas nos 100 km² da Zona Máxima de Restrição de Circulação e, nas Marginais e Avenida dos Bandeirantes, impôs a ela o mesmo sistema de rodízio adotado para os automóveis. Por sua vez, os Veículos Urbanos de Carga, de 6,30 m de comprimento, passaram a obedecer a um rodízio de placas pares e ímpares, de acordo com os dias da semana. Na capital, circulam mais de 10 mil desses veículos.
Apesar da saída de milhares de caminhões da cidade, dos esforços para disciplinar o tráfego de veículos pesados e da ampliação da malha viária, o paulistano continua sofrendo no trânsito. Por isso, deve-se evitar qualquer retrocesso, principalmente a volta das carretas aos principais corredores. A Prefeitura precisa, sim, cumprir a Agenda 2012, mas, além de impedir a circulação da frota pesada na cidade, deve também contribuir para a melhora da mobilidade urbana com medidas como o investimento de R$ 1 bilhão no metrô, a reforma dos 38 km dos corredores de ônibus já existentes e a construção de outros 66 km.
Fonte: O Estado de S. Paulo, 11 de junho de 2010