Por outro lado, o uso de fontes não renováveis como carvão, petróleo e gás caiu de 60,7% para 52,8% no mesmo período. Entre as não renováveis, as de maior participação em 2009 foram petróleo e seus derivados (37,8%), gás natural (37,8%), carvão mineral e seus derivados (4,8%) e urânio e seus derivados (1,4%).
Quanto ao avanço das fontes renováveis, as maiores contribuições foram o aumento do uso do etanol de cana-de-açúcar, combustível que se transformou no mais usado pelos automóveis particulares do País, que é o maior produtor e exportador mundial.
A participação da cana-de-açúcar na matriz energética subiu de 10,9% em 2000 para 18% em 2009, acrescenta o relatório.
Também contribuíram para a expansão do uso das fontes renováveis os novos projetos para gerar energia eólica e solar, e o índice pode se elevar ainda mais nos próximos anos, quando começarão a funcionar grandes hidrelétricas em construção, sobretudo a usina de Belo Monte, no Pará.
O estudo acrescenta que, apesar de se tratar de uma energia renovável, a construção de hidrelétricas também pode causar danos, como a inundação de florestas, a mudança do curso dos rios e o deslocamento de centenas de desabrigados, além de alertar sobre os possíveis danos ambientais causados pelo aumento dos cultivos de cana para a produção de etanol.
"É necessário esclarecer que a cana-de-açúcar exige grandes concentrações de terra e o uso intensivo de agrotóxicos para ser produzida", alerta o especialista Judicael Clevelario Júnior, um dos autores da pesquisa.
De acordo com o IBGE, o crescimento da energia gerada por fontes renováveis está ajudando o Brasil a satisfazer um consumo cada vez maior.
A taxa de consumo de energia por habitante, ainda conforme o relatório, chegou a 50 gigajoules em 2008, a maior na história do País, embora tenha retrocedido até 48,3 gigajoules por habitante em 2009, como consequência da crise mundial.
No entanto, o consumo deve aumentar significativamente este ano, para quando é previsto um crescimento de 7% da economia.
O estudo revelou também que os incêndios florestais e o desmatamento da Amazônia causam 57,9% do total das emissões de dióxido de carbono do País e o colocam entre os dez maiores emissores de gases do efeito estufa.
A agricultura ficou em segundo lugar entre os maiores emissores de gases poluentes, com 21%, e a energia, em terceiro (16%), graças principalmente ao aumento das fontes não renováveis.
Apesar de o volume de gases poluentes emitido pelo Brasil ter crescido 40% entre 1990 e 2005, o ritmo de aumento das emissões vem caindo.
O volume de gases emitidos cresceu 8,8% entre 1990 e 1994, ao passar de 1,35 bilhão de toneladas de dióxido de carbono, equivalentes a 1,48 bilhão. De 2000 a 2005, o aumento foi de 7,3%, ao subir de 2,05 bilhões de toneladas para 2,2 bilhões.
Os incêndios florestais e a devastação da Amazônia também diminuíram, de acordo com o relatório. O número de focos de incêndio caiu 63%, de 188.656 detectados em 2007 para 69.702, em 2009.
A área desmatada por ano na Amazônia caiu 74,1%, de 13.227 km2 em 1997 para 7.088 km2 no ano passado.
Fonte: agência EFE no Rio de Janeiro, 1º de setembro de 2010