No Rio de Janeiro (RJ), são duas horas diárias no trânsito; enquanto em Belo Horizonte (MG) e Porto Alegre (RS), uma hora.
Com cerca de 7 milhões de veículos em circulação, a capital paulista tem visto sua frota crescer quatro vezes mais depressa do que o número de habitantes. Entre 2002 e 2006, enquanto a população aumentou 6,2%, a frota se expandiu em 26%, conforme aponta o Instituto Akatu pelo Consumo Consciente. Para agravar a situação, mesmo com as ruas e avenidas saturadas de carros, a capital paulista continua emplacando, em média, 800 novos automóveis por dia.
Medidas como pedágio urbano e rodízio mais restritivo estão entre algumas das soluções para o trânsito apresentadas por especialistas do Departamento de Engenharia de Transportes da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo para melhorar a situação. Os pesquisadores destacam, porém, que investimento no transporte coletivo, acompanhado de redistribuição urbana mais racional, seria a melhor solução para o caos do trânsito nas metrópoles brasileiras.
Uma pesquisa conduzida pela empresa IBM em 20 grandes cidades de países dos cinco continentes, em maio deste ano, avaliou o custo econômico e emocional das viagens entre casa e trabalho. O estudo revelou uma enorme disparidade no desconforto causado por esse transporte diário na comparação de uma cidade com outra. O levantamento entrevistou 8.192 motoristas para analisar as diferenças regionais em padrões de percurso. A maioria dos entrevistados, 67%, afirmou que o trânsito piorou nos últimos três anos. Pequim e Cidade do México registraram as viagens para o trabalho mais desconfortáveis. Em Moscou há congestionamentos de até três horas. São Paulo tem o sexto trajeto mais penoso. Entre os motoristas paulistas, 73% disseram que o tráfego urbano afetou negativamente sua saúde. Mais preocupante do que isso, 55% manifestaram aumento de estresse - o segundo índice mais alto entre todas as cidades, atrás apenas da Cidade do México, com 56%. Também em São Paulo, 38% disseram que o tráfego afetou negativamente seu desempenho no trabalho ou na escola.
Fonte: Brasil Econômico (SP), 1º de setembro de 2010