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Apesar da queda no preço dos carros novos - redução média de 2,6% na comparação entre janeiro e maio de 2012 com o mesmo período de 2011, segundo a agência AutoInforme -, o valor das apólices de seguro continua subindo acima da inflação. De acordo com estimativa da Allianz Seguros, a alta acumulada nos primeiros cinco meses deste ano é de cerca de 8%. As informações são da Folha de S. Paulo.
"As seguradoras têm liberdade para compor os custos, sendo que de 65% a 70% das despesas que elas têm são referentes aos sinistros (roubos, furtos, acidentes, alagamentos, entre outros). A redução no preço dos carros é conjuntural e não afeta o valor cobrado", afirma Neival Freitas, diretor da FenSeg (Federação Nacional de Seguros Gerais).
Na capital paulista, o aumento do número de ocorrências policiais inflacionou as apólices. Segundo dados da Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo, os roubos cresceram 26%, e os furtos, 9% na comparação entre janeiro e maio de 2012 com o mesmo período do ano passado. Somados, tiveram um aumento de 32.866 casos para 38.488 (17%).
"Há regiões mais propensas a ocorrências como roubos e furtos, como a zona oeste, onde há rotas de fuga para os bandidos", diz Mario Sérgio de Almeida Santos, presidente do Sincor/SP (sindicato dos corretores de seguros).
"Para ter ideia de como os índices de roubos e furtos influem na definição do preço de uma apólice, basta saber que a cobertura para esses tipos de sinistro representa a metade do valor pago pelo cliente. Com o aumento dessas ocorrências, a tendência é que os seguros tenham reajustes acima da inflação", afirma Marcelo Sebastião, diretor da Porto Seguro.
O valor de componentes e serviços também interfere no preço dos contratos.
"O custo conjunto da mão de obra e do preço das peças subiu em torno de 8% na comparação entre janeiro e maio de 2012 com o mesmo período do ano passado. Como as seguradoras têm mais casos de danos parciais do que perdas totais, o custo das peças influencia mais do que o valor do carro", diz Pedro Pimenta, superintendente de automóveis da Allianz Seguros.
A expectativa do Sincor/SP é que a elevação nos preços das apólices em 2012 possa chegar a 20% em comparação com o ano passado.
Interior
O impacto dos índices de violência é mais sentido pelos donos de carros que moram nas grandes metrópoles. "Segurados de cidades como São Paulo e Rio de Janeiro pagam mais por causa dos números de roubos e furtos. No interior, o peso maior recai sobre o valor das peças de reposição", explica José Carlos de Oliveira, diretor de automóveis da Marítima Seguros.
Segundo dados levantados pela agência AutoInforme, a inflação do carro (que contabiliza variações de preços de peças, serviços e combustíveis) teve alta de 0,84% no primeiro semestre de 2012.
Fonte: Folha de S. Paulo, 29 de julho de 2012

Categoria: Geral


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