Sala lotada em pleno domingo. E vão ser vários fins de semana longe do trânsito, para relembrar noções de pilotagem, segurança e cidadania.
"A gente esquece e acaba, na pressa, na urgência do serviço, esquecendo algumas coisas. Aqui tem que lembrar", conta o motoboy Ronilson da Silva.
O esforço para melhorar na profissão também inclui aulas práticas.
"Quem sabe isso não fica melhor, para dar mais valor para a nossa profissão", diz um motoboy.
A iniciativa desses profissionais passou a ser uma obrigação de toda a categoria. A partir do próximo sábado, só vai poder transportar pessoas e mercadorias o motociclista que passar por um curso profissionalizante.
O curso de 30 horas é uma exigência da lei federal que regulamenta a profissão de motofretista. A legislação prevê - e o professor lembra - que alguns equipamentos de proteção serão obrigatórios.
"A partir de quatro de agosto, colete é uso obrigatório para o motofretista. Elemento refletivo envolto do baú completamente. Elemento refletivo nas laterais da motocicleta, e o dispositivo de proteção para as pernas", explica o professor.
O motoboy que faz o curso tem que tirar a segunda via da carteira, que virá com a função de motofretista identificada. Além disso, a moto do profissional deverá ter placa vermelha.
A criação da lei é uma tentativa de baixar os números da violência no trânsito. Só na cidade de São Paulo, mais de 500 motociclistas morreram em acidentes no ano passado.
O problema é que, a alguns dias do início da fiscalização, pouquíssimos motoboys passaram pelo curso. Dos 200 mil que circulam na capital paulista, só 4,5 mil estão certificados.
Os motoboys dizem que faltam vagas nos cursos para tanta gente, mas a instituição autorizada a capacitar os profissionais afirma que as aulas estão disponíveis há oito meses.
"Teve muito tempo para fazer, desde o ano passado que nós ofertamos vagas e só agora que aumentou a demanda", afirma Francisca Biagione, diretora do Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte.
O sindicato dos motoboys em São Paulo tenta negociar com as autoridades de trânsito para adiar o início da fiscalização.
O Denatran - Departamento Nacional de Trânsito - garantiu que a data para início da fiscalização está mantida para o sábado (4). A multa para quem não se adequar à lei é de R$ 200 e a moto pode ser apreendida. A carteira de habilitação do motoboy também pode ser suspensa.
É importante reforçar: a lei é federal. Ou seja, todos os motoboys do país precisam se adaptar.
Fonte: programa Bom Dia Brasil (Rede Globo), 30 de julho de 2012