Em outro cruzamento, um carro passa e de repente vem um caminhão. Novamente o sinal estava fechado. Uma pessoa morreu no acidente.
"As pessoas têm que entender que, enquanto elas não conduzirem o veículo com educação, nós não vamos ter uma redução nas nossas estatísticas sangrentas de acidentes nas rodovias brasileiras. São 100 mortes por dia nas rodovias do Brasil", diz Guilhermina Gama, diretora de trânsito do DER/ES.
Avanço de sinal é uma infração gravíssima, corresponde a sete pontos na carteira, mesmo assim é uma das mais cometidas, junto com excesso de velocidade e dirigir falando ao celular. Foi o que mostrou um levantamento feito pelo Detran do Espírito Santo, que também indicou um perfil do motorista infrator.
O Detran analisou 17 mil motoristas que tiveram o direito de dirigir suspenso porque cometeram infrações no trânsito. Quase 80% têm mais de 30 anos; concluíram pelo menos o ensino médio, e dirigem há mais de dez anos.
"Motoristas experientes, predominantemente do sexo masculino, e com bom grau de escolaridade, infringindo as leis de trânsito. Ele adquire vícios e acha que dirigir é do jeito dele e não do jeito que a lei estabelece", declara Marcelo Ferraz, diretor do Detran/ES.
Na lista dos campeões das infrações, o número de multas por motoristas em algumas regiões do País chamam a atenção.
No Espírito Santo, em oito anos, uma motorista já atingiu 550 pontos na carteira, e 20 mil reais em multas, mas já tem gente extrapolando os mil pontos em apenas um ano. É o que acontece em Pernambuco, um motorista já tem 1.591 pontos na carteira de habilitação.
No Rio Grande do Sul, um motorista já foi multado 257 vezes e já soma 1.288 pontos na carteira. Em Mato Grosso do Sul o campeão tem 993 pontos. Ele cometeu 200 infrações em um ano.
O máximo permitido são 20 pontos, no intervalo de um ano. Quem ultrapassa perde o direito de dirigir por dois anos. É pouco, diz o diretor do Detran. Além de educação, ele também defende mais punição.
"Avançar um semáforo, assumindo todos os riscos e conseqüências de uma colisão grave, é uma das condutas que a pessoa deveria responder criminalmente e hoje é uma infração administrativa, a pessoa paga uma multa por ela", afirma Ferraz.
Fonte: Jornal Hoje, 13 de agosto de 2010