Parking News

Dia 7 de agosto, véspera do Dia dos Pais e primeiro final de semana após o pagamento. A combinação é perfeita para transformar a tarefa de estacionar o carro no centro de Ribeirão Preto em uma experiência estressante. A reportagem da Folha percorreu a pé a Rua São Sebastião entre a Cerqueira César e a Amador Bueno e achou três vagas para carros e seis estacionamentos particulares visivelmente cheios. Havia ainda 36 motos enfileiradas no meio-fio na esquina com a Visconde de Inhaúma e uma dona de casa "guardando" vaga em frente a uma loja. Maria Helena da Silva comprou com o marido uma "poltrona do papai" na loja. Eles tinham estacionado o carro a cinco quadras dali. "Tive de ficar aqui esperando. Está muito difícil arrumar um lugar para parar", disse.
Não é só a data especial que dificulta a vida dos motoristas no centro. Há pelo menos dez anos são discutidas alternativas para a falta de estacionamento. No período, a frota da cidade teve aumento de 76,8%, mas a área central não passou por intervenções significativas para ampliar o número de vagas.
A situação desestimula pessoas como o técnico Roberto Francisco a frequentar o centro. "Evito o quanto posso. Quando preciso mesmo, vou de ônibus." A Acirp (Associação Comercial e Industrial de Ribeirão Preto), interessada em manter o movimento dos consumidores no centro, considera necessária a reformulação dos corredores. "Uma das propostas que chegamos a defender é a criação de incentivos para a construção de estacionamentos privados", afirmou o presidente da entidade, José Carlos Carvalho.
Se considerada a década, o número de veículos em circulação na cidade cresceu de 212.455 para 375.727. Ou seja: Ribeirão ganhou, no período, 163.272 novos carros, motos, ônibus e caminhões.
Farmácia "cobra" por estacionamento
Sem lugar para estacionar no centro, motoristas começaram a usar as vagas de uma farmácia de manipulação da Rua Florêncio de Abreu justificando que parariam "só dois minutinhos". Foi assim até que o dono, Archimedes Fernandes teve de entregar medicamento no meio da rua para um cliente que não conseguiu estacionar. Dias depois, ele colocou duas placas para avisar que, para estacionar ali, o "folgado" terá de pagar R$ 15 por dois minutos. Os clientes da farmácia, no entanto, não pagam.
"Em mais de três meses, ninguém pagou os R$ 15, mas ninguém mais atrapalhou meus clientes, que agora têm três vagas garantidas", disse o farmacêutico.
Um estacionamento particular da Lafaiete adotou sistema parecido: "Rapidinha", "Vou ali e já volto" e "Só um minutinho" custam R$ 2. De acordo com levantamento da ACI, existem 83 estacionamentos particulares no quadrilátero das ruas José Bonifácio, Marcondes Salgado, Visconde do Rio Branco e Prudente de Moraes. Os estabelecimentos têm 4.353 vagas, mas 2.358 são ocupadas por mensalistas. A rotatividade média nesses locais é de 6.796 carros por dia.
Fonte: Folha de S. Paulo, 7 de agosto de 2010

Categoria: Geral


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