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A paralisação dos caminhões distribuidores de combustível já causa desabastecimento na cidade de São Paulo. Os caminhoneiros ligados ao Sindicam-SP (Sindicato dos Transportadores Rodoviários Autônomos de Bens do Estado de São Paulo) protestam desde ontem, dia 5, contra a proibição de circular na marginal Tietê - medida implantada em dezembro do ano passado, mas apenas com caráter educativo até ontem, quando a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) começou a multar os infratores.
A marginal foi incluída na zona onde os veículos pesados de carga não podem trafegar das 5h às 9h e das 17h às 22h de segunda a sexta-feira. Nos sábados a interdição é das 10h às 14h. As informações são do UOL.
Segundo a assessoria de imprensa do sindicato, há 255 mil caminhoneiros ligados ao órgão em todo o Estado, sendo 54 mil na capital. A paralisação foi decidida em assembleia no último domingo e, segundo cálculos do Sindicam, há 800 caminhões que fazem o abastecimento de combustíveis parados. Estão sendo abastecidos apenas os serviços de emergência, como bombeiros, polícia, aeroportos e serviços de saúde.
Um funcionário de um posto de gasolina na avenida Prof. Francisco Morato, no Butantã, na zona oeste de São Paulo, relatou a falta de combustível. "O último abastecimento foi no sábado. Estamos sem gasolina especial desde ontem à tarde. Está acabando a gasolina comum e até meio-dia acaba o álcool", afirmou Humberto Fialho. "Se até quarta não normalizar, nenhum posto em SP vai ter combustível."
O primeiro segmento a aderir foi o de combustíveis, mas hoje também paralisaram as atividades os de material de construção, caminhões-caçamba e, de tarde, devem parar também os caminhões que abastecem os supermercados da capital.
O presidente do Sincopetro (Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo do Estado de São Paulo), José Alberto de Paiva Gouveia, disse que vai encaminhar um ofício à prefeitura pedindo a volta das negociações com os caminhoneiros. "Não estamos pedindo nem a solução, porque não é problema que nós possamos resolver. Mas que eles pelo menos voltem à mesa de negociação."
Ontem, o presidente do Sindicam falou por telefone com o secretário dos Transportes, mas as partes não chegaram a nenhum acordo. Não há previsão de reunião para se chegar ao fim da paralisação.
O Sindicato das Empresas de Transporte Coletivo Urbano de Passageiros de São Paulo informou que os estoques das empresas de ônibus que atendem a capital paulista são suficientes para garantir o abastecimento da frota até quarta-feira (7).
Segundo o vice-presidente da Associação Brasileira dos Caminhoneiros (Abcam), Claudinei Pelegrini, os transportadores não têm condições de arcar com o aumento de custos com a mudança de percurso, definida após a restrição.
Com as interdições, a associação disse que um caminhão que vai de Barueri (SP) para São Paulo, que hoje percorre 32 km, passaria a rodar 143 km. "Quem vai acabar pagando a diferença desse custo é o consumidor final. É combustível a mais, pedágio a mais, horas de trabalho a mais para os caminhoneiros", enumera Pelegrini.
Outro lado
Na manhã de hoje, o prefeito Gilberto Kassab afirmou que poderia "aperfeiçoar" a restrição de caminhões na marginal, caso fosse necessário, mas ressaltou que não acreditava que haveria mudança no horário da proibição de circulação.
A Prefeitura de São Paulo procurou ontem o Sindicato das Empresas de Transporte de Cargas do Estado (Setcesp) e outras entidades representantes de caminhoneiros para negociar. Segundo o presidente do Sindicam, Norival de Almeida Silva, eles não foram convidados. "Se ele entrou em contato com algum sindicato não foi conosco. O único contato que tivemos com um órgão público foi com o secretário de Transportes, Marcelo Cardinale Branco, que também não deu retorno sobre o que conversamos ontem", afirmou.
A secretaria se manifestou ontem apenas por nota oficial, justificando que o período de restrição foi acordado com trabalhadores do transporte de cargas antes de entrar em vigor.
Fonte: UOL, 6 de março de 2012

Categoria: Cidade


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