Os dez corredores de ônibus da capital transportam 3,2 milhões de pessoas por dia e superam em 1 milhão o movimento de todas as linhas da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM).
Dependendo do trajeto e do horário, são necessárias mais de duas horas para percorrer 17 km. Por volta das 18h30 da terça-feira, por exemplo, os usuários demoravam 2 horas e 13 minutos para ir do Campo Limpo, na zona sul, ao centro, pelo terceiro corredor mais movimentado da cidade, que passa pela Avenida Rebouças, e recebe cerca de 388 mil pessoas por dia. No sentido inverso, pelo menos 1 hora e 19 minutos de espera no ônibus. A velocidade variava de 8 a 12 km/h, segundo a Prefeitura.
Mas o trânsito carregado não é o único desafio enfrentado pelo usuário do transporte coletivo em São Paulo. Dependendo do horário, demora-se mais esperando pelo ônibus do que dentro dele. A fila passa de uma hora e meia nos horários de pico, principalmente nos corredores saturados - desde segunda, é possível conferir o tempo estimado no site da Prefeitura.
Dados da Secretaria Municipal de Transportes mostram que a menor velocidade média entre os dez corredores está no ramal que passa pela Avenida Inajar de Sousa, na zona norte. No ano passado, a média foi de 11,6 km/h no sentido centro. A faixa exclusiva requer obras de requalificação, como troca do asfalto - que tem buracos e falhas na sinalização -, acesso mais seguro aos passageiros e modernização das paradas.
Já a maior velocidade máxima registrada em 2011 ocorreu no Corredor Parelheiros-Santo Amaro, na zona sul. O ramal obteve média de 20,96 km/h, no sentido centro. Na mesma região, o ramal Jardim Ângela-Guarapiranga conseguiu um ganho de 2,3 km/h na velocidade média após a Prefeitura implementar uma faixa reversível no trecho.
Soluções pontuais, como a ampliação de 10 km na faixa exclusiva para ônibus na Radial Leste, ou a criação de horários prioritários para ônibus, como na Rua Borges Lagoa, costumam funcionar, mas momentaneamente. O que São Paulo precisa, segundo especialistas em transporte, é de mais corredores exclusivos.
Outro lado
Procurada, a Secretaria Municipal de Transportes listou outras políticas para aumentar a qualidade: renovação da frota, aumento do número de lugares e cumprimento de horários de partidas programadas. Hoje, segundo a pasta, 96% das operações ocorrem na hora marcada e, desde janeiro de 2005, 83% da frota foi trocada.
Fonte: O Estado de S. Paulo, 2 de abril de 2012