Há quase dois anos, Willian e um amigo disputavam um racha, quando um dos carros atingiu o veículo de Mayana Duarte, que morreu. O amigo de Willian, que bateu no carro da jovem, foi condenado a 18 anos e nove meses de prisão. Willian foi absolvido do homicídio, mas acabou condenado pelo juiz a cumprir uma pena chamada socioeducativa, explica reportagem do Jornal Nacional.
Durante dois anos, uma vez por mês, Willian vai participar das operações de resgate acompanhando a equipe do Corpo de Bombeiros. Ele vai ver como é o atendimento e o sofrimento das vítimas.
"Na outra ocorrência, você viu uma mãe chorando e graças a Deus o filho sobreviveu. É isso que a gente quer que você observe, que você sinta", diz o coronel.
No fim de semana, em Campo Grande, foram 106 acidentes com vítimas. A maioria, jovens de 17 a 25 anos.
"Por causa da velocidade que as pessoas morrem. Desrespeito ao trânsito, desrespeito à vida, às regras de circulação", diz o coronel.
No pronto-socorro, um entra e sai de ambulâncias. Uma jovem de 17 anos quebrou o cotovelo e um dedo. "Ela caiu sozinha aprendendo a andar de moto na avenida. Derrapou e caiu. Não tinha habilitação", diz um funcionário do Samu.
Willian entra no setor de emergência. Faltam vagas no maior hospital de Mato Grosso do Sul. "Das 2 mil e 500 cirurgias feitas no centro cirúrgico por mês, 80% são fraturas em acidentes", diz o diretor da Santa Casa de Campo Grande, Issan Moussa.
Depois da primeira noite acompanhando os bombeiros, Willian demonstra que já entende o quanto é importante respeitar as leis de trânsito. "Só quem entra lá pode dizer o que é um acidente de trânsito, o que é a realidade do trânsito", diz o estudante.
Fonte: Jornal Nacional (Rede Globo), 2 de abril de 2012