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Os poucos metrôs do país colecionam casos de ilegalidade, lentidão, inoperância, erros e conflitos políticos que tornam a maioria deles ineficiente. Todos, inclusive os que estão em obras, têm ou tiveram problemas com órgão fiscalizador, relata reportagem da Agência Folha. Nas seis capitais com metrô em operação, são transportados por dia, em média, 11% da população. O índice não é mais baixo porque São Paulo puxa o número para cima - atende a 30% dos paulistanos.
Belo Horizonte, que começou a construir seu metrô em 1983, transporta apenas 6,9% da população. No Rio, a segunda capital mais populosa do País, 8,9%. O menor índice é o do metrô de Teresina, 1,6%.
Além das quatro cidades, têm metrô Recife e Brasília.
Em Teresina, o metrô a diesel foi inaugurado em 1990 em área pouco populosa. Transportava 6.000 pessoas por dia até o mês passado, quando o número dobrou com os novos 2,5 km de trilhos que finalmente levam ao centro. O sul, mais populoso, permanece isolado. Lá o metrô demora 55 minutos para percorrer 13 km e há somente uma composição.
Em Fortaleza e Salvador, as obras completaram dez anos, mas nenhum passageiro foi transportado. Os projetos já foram paralisados por falta de verbas, auditorias do TCU (Tribunal de Contas da União) e disputas políticas.
Uma investigação do Ministério Público Federal apontou que a elevação desnecessária de parte do traçado aumentou o orçamento do metrô de Salvador em R$ 36 milhões.
Em Brasília, a CGU (Controladoria Geral da União) apontou a existência de sobrepreço, o que significaria "prejuízo estimado em R$ 11,7 milhões".
Os metrôs do Rio e de Teresina foram incluídos recentemente pelo TCU na lista de obras com "recomendação de paralisação". No Rio, as suspeitas são "preços excessivos" e "impropriedades na execução orçamentária".
Em São Paulo, a última ocorrência é a ação apresentada à Justiça pelo Ministério Público que aponta a "omissão" da empresa como uma das principais causas do acidente em obra de Pinheiros (zona oeste).
Teria faltado fiscalização sobre as empresas contratadas. O acidente atrasou a obra e matou sete pessoas.
Outro lado
A Secretaria de Transportes do Rio disse que "as apurações são referentes a 2002, no governo anterior", mas que o atual atende aos pedidos do TCU. Os metrôs de Salvador e Fortaleza negaram as irregularidades apontadas pelo TCU.
O de Brasília contestou a CGU: "Não houve superfaturamento". O Metrô-SP informou que não se pronunciaria porque "não é citado em ação movida pelo Ministério Público".
Fonte: Agência Folha, 17 de maio de 2010

Categoria: Geral


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