Belo Horizonte, que começou a construir seu metrô em 1983, transporta apenas 6,9% da população. No Rio, a segunda capital mais populosa do País, 8,9%. O menor índice é o do metrô de Teresina, 1,6%.
Além das quatro cidades, têm metrô Recife e Brasília.
Em Teresina, o metrô a diesel foi inaugurado em 1990 em área pouco populosa. Transportava 6.000 pessoas por dia até o mês passado, quando o número dobrou com os novos 2,5 km de trilhos que finalmente levam ao centro. O sul, mais populoso, permanece isolado. Lá o metrô demora 55 minutos para percorrer 13 km e há somente uma composição.
Em Fortaleza e Salvador, as obras completaram dez anos, mas nenhum passageiro foi transportado. Os projetos já foram paralisados por falta de verbas, auditorias do TCU (Tribunal de Contas da União) e disputas políticas.
Uma investigação do Ministério Público Federal apontou que a elevação desnecessária de parte do traçado aumentou o orçamento do metrô de Salvador em R$ 36 milhões.
Em Brasília, a CGU (Controladoria Geral da União) apontou a existência de sobrepreço, o que significaria "prejuízo estimado em R$ 11,7 milhões".
Os metrôs do Rio e de Teresina foram incluídos recentemente pelo TCU na lista de obras com "recomendação de paralisação". No Rio, as suspeitas são "preços excessivos" e "impropriedades na execução orçamentária".
Em São Paulo, a última ocorrência é a ação apresentada à Justiça pelo Ministério Público que aponta a "omissão" da empresa como uma das principais causas do acidente em obra de Pinheiros (zona oeste).
Teria faltado fiscalização sobre as empresas contratadas. O acidente atrasou a obra e matou sete pessoas.
Outro lado
A Secretaria de Transportes do Rio disse que "as apurações são referentes a 2002, no governo anterior", mas que o atual atende aos pedidos do TCU. Os metrôs de Salvador e Fortaleza negaram as irregularidades apontadas pelo TCU.
O de Brasília contestou a CGU: "Não houve superfaturamento". O Metrô-SP informou que não se pronunciaria porque "não é citado em ação movida pelo Ministério Público".
Fonte: Agência Folha, 17 de maio de 2010