Com texto de Caio Moraes e fotos de Santiago Sanahuja, Autoesporte testou pela primeira vez o Escort XR-3 na edição de dezembro de 1984. O título da reportagem foi: "Escort XR-3: enfim, um esportivo completo". Em seis páginas a revista não economizou em elogios. O XR-3 obteve uma das notas médias mais altas da década, com 9,4. Recebeu 10 em desempenho, estabilidade, conforto, painel, estilo, motor, direção, segurança, acabamento e visibilidade. A nota mais baixa, 8, foi para transmissão.
"Além de vidros e travas elétricos, o XR-3 conta ainda com faróis de milha e de neblina, teto solar (manual), rodas de aro 14 calçadas em pneus 185/60, bancos especiais, spoiler dianteiro e traseiro, lavador de faróis, volante com menor diâmetro e caixa de direção mais rápida." O avaliador lamentava apenas que o ar-condicionado não era disponível nem como opcional nos primeiros modelos à venda.
Autoesporte levou o XR-3 à pista e obteve os seguintes resultados: com 905 kg, o hatch fez 0 a 100 km/h em 12,3 segundos e atingiu velocidade máxima de 173,8 km/h. Para os padrões brasileiros de dezembro de 1984, o "carro é realmente muito rápido." Fim das apresentações e testes, o texto sobre o Escort XR-3 terminava com a seguinte conclusão: "Desempenho, dirigibilidade, conforto, equilíbrio e até mesmo sofisticação são alguns pontos que podem ser ressaltados entre muitos no XR-3. Sem dúvida, um dos melhores carros da nossa indústria. Quem esperava por um carro esportivo, de aparência e desempenho, não terá o que reclamar".
Quatro meses depois, a Ford lançava a versão conversível do XR-3. Era 70 kg mais pesada, andava menos que o hatch, porém sensivelmente mais charmosa. Permaneceu à venda por dez anos. Em agosto de 1986, apenas seis meses após o modelo europeu, o nosso Escort passou por uma forte reestilização. Ganhou formas mais arredondadas e perdeu o farol de neblina. O painel também era novo e seguia as linhas do lado de fora.
No final de 1992, o Escort nacional chegava a sua segunda geração (quarta para os europeus). Além do visual com ângulos retos, o XR-3 recebia o motor 2.0 do Gol GTi, de 115,5 cv e 17,6 kgfm de torque. Em 1995, com vendas minguadas e com a Ford passando por sérias dificuldades financeiras, o mítico XR-3 se despedia dos brasileiros. Em uma tentativa de manter o legado do XR-3, a Ford trouxe da Argentina o Escort Racer 2.0. Foi um fiasco.
Fonte: revista Auto Esporte, janeiro de 2010