A resposta requer um cálculo bem simples, conforme explica o gerente de negócios da Ticket Car, Eduardo Lopes: basta dividir o preço do álcool pelo da gasolina, subtrair o resultado da primeira operação de 1 e, em seguida, multiplicar por 100. Se o resultado final for maior do que 30%, compensa trocar o derivado de petróleo pelo de cana-de-açúcar. Se for menor do que 30%, vale a pena usar a gasolina.
Considerando o último levantamento mensal de preços realizado pela Ticket, em abril, o litro da gasolina custava R$ 2,508, em média, no Estado de São Paulo, enquanto o do álcool era cotado a R$ 1,53. Aplicando-se a fórmula, temos: R$ 1,53 / R$ 2,508, que resulta em 0,61. Quando se diminui este número de 1, temos 0,39, que, para se transformar em percentual, deve ser multiplicado por 100, dando 39%. Com esse resultado, o consumidor deve optar pelo álcool, que por sinal voltou a ser mais competitivo neste e em outros seis Estados.
Esse cálculo, por sua vez, reflete a diferença de desempenho entre um combustível e outro. "O álcool gasta mais para rodar a mesma distância que a gasolina", comenta Lopes. Em outras palavras, isso significa que um carro abastecido com etanol tem 30% menos autonomia. Daí o fato de o preço deste combustível ter de ser 30% mais barato que o da gasolina para ser vantajoso ao bolso.
Alguns fatores aumentam consumo, mas não tiram vantagem
Essa vantagem, por sua vez, é uma média que se aplica a todos os veículos, seja qual for o modelo - se 1.0 ou 2.0, por exemplo. Também não sofre influência de outros fatores, como o uso do ar-condicionado ou o fato de o carro ser muito pesado, percorrer sempre trechos de serra ou ainda ficar parado no trânsito. "Apesar de serem variáveis que influenciam no consumo do combustível (todas fazem o carro gastar mais), elas não tiram a vantagem na hora do abastecimento", afirma o especialista da Ticket.
Além da diferença entre etanol e gasolina, o motorista precisa sempre ficar atento ao consumo do carro, para assim saber se precisa economizar mais com o abastecimento. A orientação dada por Lopes é, com o tanque cheio, rodar com o carro até gastar um quarto. Ao abastecer, o motorista deve guardar o número registrado pelo marcador de quilometragem ou odômetro. Depois, novamente com o tanque completo, registrar o novo número, para verificar quanto gastou de combustível entre um abastecimento e outro.
Fonte: site InfoMoney, 11 de maio de 2010