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A década de 1960 foi única. Alguns estilos musicais nasceram e outros se consolidaram. O mundo passou a pensar de modo diferente, a discutir questões e debater tabus. Foi a época da revolução sexual, da minissaia e de um período conturbado na política sul-americana, relata reportagem do site WebMotors. No Brasil dezenas de bandas, duplas e ídolos deixavam a juventude em polvorosa. Os carros também faziam parte do repertório, além de festas de arromba e alta velocidade na tradicional Rua Augusta.
Um dos automóveis mais cobiçados nesse tempo foi o Karmann-Ghia, esportivo de dois lugares com um refinado estilo italiano aliado à resistente mecânica Volkswagen, que parava o trânsito e esbanjava muito estilo e classe de sobra. A segunda geração - o famoso TC - não emplacou e acabou saindo de linha sem muito brilho.
A Karmann do Brasil foi fundada na cidade de São Bernardo do Campo, em 1960. Ao contrário do que muita gente pensa, a empresa continuou a todo vapor e montou, durante algum tempo, o Land Rover Defender em suas instalações. Além disso, tem um museu na Alemanha com todas as suas criações, incluindo dois exemplares brasileiros.
Mais do que ser um carro antigo, o Karmann-Ghia exibia linhas belíssimas. A carroceria tem contornos que ajudam a explicar por que ele se tornou um sonho de consumo da molecada. O perfil baixo dá a exata noção do que o modelo representava na época: esportividade, mesmo com um motor de 1.200 cm³.
Cerca de 445.000 Karmann Ghias foram produzidos entre 1955 e 1974. Em agosto de 1955 o primeiro Karmann-Ghia saiu da linha de montagem de Osnabrück, Alemanha. A reação do público ao curvilíneo carro foi excelente, e mais de 10.000 carros foram vendidos só no primeiro ano, surpreendendo até a própria Volkswagen.
A carroceria era feita à mão, num processo consideravelmente mais caro do que a linha de montagem utilizada pelo Fusca.
Devido aos compromissos com o design, o espaço interno não era dos melhores, com pouco espaço para as pernas na frente, e pouca altura entre o banco de trás e o teto. Entretanto o interior era mais refinado que o do Fusca, com um painel protuberante, volante branco com dois raios e relógio. Havia um pequeno bagageiro atrás do banco traseiro, complementando o diminuto compartimento dianteiro.
Por utilizar a mesma plataforma do Fusca, o Karmann-Ghia herdou dele todas as configurações mecânicas, como suspensão, caixa de velocidade e freios a tambor. Utilizando o mesmo motor do Fusca, o Karmann-Ghia não oferecia um desempenho exatamente esportivo. Mesmo acompanhando a evolução dos motores do Fusca ao longo de sua produção (1.500cc e 1.600cc), o carro contava mais com o estilo e a confiabilidade da mecânica Volks para garantir suas vendas.
Em agosto de 1957 uma versão conversível foi apresentada, resolvendo o problema do banco traseiro (com a capota abaixada) e aumentando ainda mais o apelo do carro.
Em 1961 as grades frontais foram alargadas, e os faróis foram deslocados para cima. Em 1971 viria o motor 1.600 cc, com 50 cv e velocidade máxima de 142 km/h. Luzes de seta maiores aumentariam a visibilidade lateral em 1972, e em 1973 parachoques maiores foram adicionados ao modelo, assim como a opção de um bagageiro em lugar do pequeno banco traseiro.
Em 1974 o carro seria substituído na Europa e EUA pelo Volkswagen Scirocco, também em parceria com a Karmann, mas desta vez desenhado por Giugaro.
No Brasil
Os planos de crescimento da empresa no Brasil fizeram com que a VW resolvesse produzi-lo localmente. Em 1960 a Karmann abriu uma fábrica em São Bernardo do Campo, São Paulo, e em 1962 o primeiro Karmann-Ghia brasileiro saiu da linha de montagem, muito semelhante ao modelo vendido no mercado europeu.
Em 1967 a motorização inicial de 1.200cc e 36 cavalos foi substituída pelo motor 1.500cc, de 44 cavalos, conferindo um pouco mais de "esportividade" ao modelo, e levando-o, segundo a fábrica, aos 138 km/h de velocidade máxima. Assim o desempenho ficava um pouco mais condizente com o aspecto.
No final de 1967 foi lançado o Karmann Ghia conversível - que atualmente é um dos modelos brasileiros mais raros e valorizados. Foram produzidas apenas 176 unidades.
Em meados de 1969 ocorreu o aumento da bitola traseira e do corte dos paralamas traseiros, o que deixou a roda traseira mais visível.
Em 1970 o Karmann Ghia ganhou o novo motor 1.600cc de 50 cv - que tinha um torque maior. O sistema de freios foi substituído por freios a discos na dianteira e o modelo dos parachoques passou a ser uma única lâmina com dois batentes com protetores de borracha. Esta reformulação na linha do Karmann Ghia não foi suficiente para dar sobrevida ao modelo. Em 1971 a Volkswagen do Brasil decidiu tirá-lo de linha, enquanto o modelo europeu ainda seria fabricado até 1974.
Fontes: Wikipedia e WebMotors, novembro de 2009

Categoria: Mundo do Automóvel


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