A variação em outubro, de 0,57%, é a maior desde fevereiro de 2013, quando a taxa ficou em 0,60%. Desde fevereiro, a inflação vinha se mantendo abaixo do patamar de 0,60%, chegando próxima a zero em julho. A taxa em 12 meses é a menor desde dezembro de 2012. É a segunda vez neste ano que a taxa ficou abaixo de 6%. A primeira havia sido em setembro (5,86%). Ao longo do ano, o IPCA em 12 meses rondou o teto de 6,5% da meta do Banco Central (de 4,5%), chegando a superá-la em junho, quando ficou em 6,7%.
O resultado de outubro veio dentro do intervalo das estimativas dos analistas ouvidos pelo serviço AE Projeções, da Agência Estado, que esperavam uma taxa entre 0,53% e 0,64%, e abaixo da mediana, de 0,60%.
Em outubro, o tomate voltou a liderar a alta da inflação, com o aumento de 18,65% nos preços. Na região metropolitana do Rio de Janeiro, o tomate subiu 52,69%. Entre os principais impactos individuais no IPCA, porém, aparece no topo do ranking o item carnes, que deteve 0,08 ponto percentual do indicador.
O grupo de alimentação e bebidas foi responsável pelo maior impacto no IPCA de outubro. A alta dessa classe foi de 1,03%, ante 0,14% no mês de setembro. Com isso, a contribuição ficou em 0,25 ponto porcentual dos 0,57% de alta do IPCA. O avanço do grupo vestuários foi maior (1,13%), mas o impacto final no IPCA foi de 0,07 ponto porcentual.
O repasse do câmbio para os preços dos alimentos foi o principal impulso para o grupo alimentação e bebidas. Itens como a farinha de trigo foram impactados pelo dólar elevado.
Entre os grupos, o segundo maior impacto veio da Habitação, com 0,08 ponto porcentual, apesar da desaceleração na passagem do mês, para 0,56% (ante 0,62%). Também aceleraram em outubro os preços de artigos de residência (de 0,65% em setembro para 0,81% em outubro), despesas pessoais (de 0,20% para 0,43%) e comunicação (-0,04% para 0,08%). Na contramão, tiveram recuo na taxa os grupos transportes (0,44% para 0,17%), saúde e cuidados pessoais (0,46% para 0,39%) e educação (0,12% para 0,09%).
Depois de subir 16,09% em setembro, as passagens aéreas registraram queda de 1,96% em outubro. O resultado contribuiu para a desaceleração do grupo de transportes. A desaceleração só não foi maior porque os preços da gasolina e do etanol aceleraram na passagem do mês. A gasolina subiu 0,01%, ante queda de 0,42% em setembro. Já o etanol teve alta de 0,93%, contra queda de 0,72% em setembro.
Fonte: Agência Estado, 7 de novembro de 2013