Os ônibus vão percorrer, em via única, um trajeto mais ou menos circular formado pela praça Dr. João Mendes, avenidas Mercúrio e Ipiranga, além do viaduto Jacareí e da Praça da República.
"Foram meses de estudo, estamos bastante seguros do que tem que ser feito na região central", afirma.
Tatto estima que em até cinco semanas após o início da implementação (segunda metade de outubro), as faixas estarão ativas em todo o percurso da rótula.
Os ônibus que chegam dos bairros entrarão na rótula para acessarem seus destinos, ou para passarem pelos terminais Princesa Isabel, Bandeira ou Parque Dom Pedro.
"Precisamos reorganizar o viário priorizando o transporte público, então pedimos que os usuários de carro evitem usar a região central."
As faixas para ônibus no centro da cidade fazem parte do programa municipal "Dá Licença para o Ônibus".
A meta da gestão petista é implementar 220 km de vias exclusivas até o fim do ano.
"A velocidade do ônibus na cidade é cerca de 13 km por hora. Nos locais em que existem as faixas exclusivas, a velocidade média subiu em mais de 30%", diz Tatto.
Segundo o secretário, o próximo passo é reorganizar as linhas da cidade.
"O problema não é a falta de ônibus. Tem 15 mil ônibus distribuídos de forma errada. Aumentando a velocidade de circulação (nas faixas), você qualifica essas linhas."
Para o urbanista especializado em transporte Flamínio Fichmann, o Bilhete Único permite à prefeitura ter acesso a um processamento das necessidades reais do usuário de transporte público.
"Não adianta só pensar em aumentar o desempenho de um sistema ineficiente, é preciso ver a necessidade da população", afirma Fichmann.
Segundo o especialista, as faixas exclusivas implementadas nas últimas semanas revelam esse desequilíbrio que existe no sistema de transporte público.
"Na avenida 23 de maio, você vê os carros parados em um congestionamento enorme e não passa nenhum ônibus na faixa. O espaço do sistema viário não está sendo usado racionalmente".
Os usuários de ônibus em São Paulo concordam.
Pesquisa da ANTP (Associação Nacional de Transportes Públicos), de 2012, revela que a grande reclamação sobre o sistema é a falta de ônibus nas linhas existentes.
Fonte: Folha de S. Paulo, 1º de setembro de 2013