Em 2017, deverá haver no País mais homens que mulheres entre 15 e 49 anos - a chamada idade fértil. Em 2060, o excedente masculino chegará a 1,2 milhão de homens nessa faixa etária. As estatísticas foram compiladas pelo Estadão Dados, com base em tabelas de projeções populacionais do IBGE divulgadas na semana passada.
Longevidade
Na população total, continuará havendo mais mulheres que homens ainda por muitas décadas. A razão é simples: elas vivem mais. A expectativa de vida para a população masculina é de 70,6 anos, ante 77,7 para as mulheres. Além disso, a mortalidade de homens jovens é bem maior que a de mulheres - principalmente por homicídios e acidentes de trânsito.
Nas idades mais jovens, os homens começaram a ultrapassar as mulheres na virada do século e o processo deverá continuar. Na faixa dos 40 anos, por exemplo, há hoje 28,4 mil mulheres a mais. Em 2060, estarão sobrando 27,2 mil homens nessa idade.
Hoje, nascem cerca de 5% a mais de homens do que de mulheres no mundo. Essa proporção já foi observada em vários países. As estatísticas do Registro Civil, por exemplo, mostram que em 2011 foram registrados 104,9 meninos para cada 100 meninas.
Mortalidade
A diminuição da mortalidade no Brasil nos últimos anos, principalmente a masculina, reforça o aumento da taxa da população masculina. "Estamos vendo isso acontecer no Brasil pela primeira vez, nesta geração", explica o pesquisador do IBGE Gabriel Borges. Segundo ele, a sobra de homens na faixa dos 15 aos 49 anos é algo já observado em países com taxa de mortalidade mais baixa.
"Se no Brasil observarmos uma redução ainda maior nas taxas de homicídios, que permanecem altas, o excedente masculino nessa faixa etária poderá aumentar ainda mais", afirmou.
Em 2059, a previsão é de que haverá excedente masculino em todas as idades menores que 50 anos. Como as mulheres ainda são mais longevas, a tendência é de que elas continuem superando os homens nas faixas etárias mais velhas, o que explica um excedente feminino previsto em 6 milhões para o ano.
Fonte: Agência Estado, 2 de setembro de 2013