Foi quando chegou ao estacionamento que o designer de jogos Thiago Girello descobriu que o carro dele e outros cinco veículos tinham sido roubados. "Pago estacionamento para quê? Fiquei chateado, é lógico", reclamou.
As imagens do circuito interno do estacionamento mostraram que os suspeitos não se intimidaram. Semanas depois, sete homens invadiram o local, fizeram manobras e levaram mais três carros.
Em geral, os assaltos são praticados por grupos de, ao menos, quatro pessoas, que costumam roubar os carros principalmente à noite e de madrugada. Nesses horários, é menor o número de clientes, o que facilita a fuga.
Nos últimos 12 meses, foram 150 roubos em estacionamentos só na cidade de São Paulo. Em cada assalto, as quadrilhas levam em média três carros, que são usados para realizar outros crimes ou acabam em desmanches. Apenas 30% dos carros roubados são localizados.
Depois de ser assaltada duas vezes em menos de um ano, uma garagem de São Paulo tem agora um segurança particular.
Um gerente, que não quer ser identificado por medo de represálias da polícia, diz que o crime não tem sido combatido. "Eles não tomam atitude nenhuma. A gente deveria receber, no mínimo, no local do crime, algum investigador, e nem isso ocorre", afirma.
O delegado Jorge Carrasco diz que todos os boletins de ocorrência são investigados. "A gente trabalha no sentido de que sempre pode se melhorar um pouco mais, mas isso depende de tempo", diz.
Para as vítimas, o conselho do Procon é exigir a indenização do estacionamento. Segundo Roberto Pfeiffer, diretor executivo do Procon em São Paulo, o cliente pode até acionar o seu próprio seguro e, posteriormente, cobrar desse estacionamento todo o prejuízo, principalmente a perda de bônus.
Um empresário, que é dono de estacionamento, passou a deixar o carro na rua. "Hoje eu falo para você que é mais seguro parar na rua do que no estacionamento", lamenta. Ele não se identifica porque teme uma reação de outros donos de estacionamentos.
Mas estacionar na rua também não é uma opção tão segura assim. Segundo a Secretaria da Segurança Pública de São Paulo, só no primeiro semestre deste ano 22.270 veículos, entre carros e motos, foram furtados na capital paulista.
Fonte: Jornal Nacional, 13 de outubro de 2009
Comentário do Sindepark:
O Sindepark esclarece que o seu presidente, Sergio Morad, concedeu entrevista ao Jornal Nacional, por telefone, expressando a sua opinião sobre a matéria "Estacionamentos viram alvo de criminosos em SP". Na ocasião, ele explicou ao repórter as responsabilidades e obrigações do setor no que se refere à segurança e ao seguro dos carros sob a guarda dos estacionamentos. Mostrou, com informações da própria matéria, que o número de ocorrências (150 roubos em 12 meses) é mínimo em relação ao universo de veículos atendidos pelo setor. Além disso, o presidente enfatizou que o número de roubos em estacionamentos é, também, ínfimo se comparado com as ocorrências de roubos de veículos nas ruas de São Paulo (22.270 só no primeiro semestre do ano).
Com relação às declarações do "pretenso" proprietário de estacionamento citado na reportagem, o presidente do Sindepark reitera não compartilhar de seu ponto de vista pelos fatos acima expostos. Ao contrário, o Sindepark recomenda aos usuários procurarem sempre estabelecimentos regulamentados, para receberem serviços de qualidade e com todas as garantias legais.
As informações dadas por Sergio Morad não foram levadas ao ar pelo Jornal Nacional.