O imóvel será bem mais baixo - os prédios vizinhos têm, no máximo, quatro andares. Segundo a Prefeitura, ainda serão feitos estudos para definir o projeto, mas já está previsto um mirante, com vista para a colina histórica, e um setor de bares e restaurantes.
O centro de compras terá 10 mil metros quadrados, divididos em um subsolo e mais três pavimentos. "A galeria abrigará espaços para a instalação de boxes comerciais de portes variados", informa a Prefeitura por meio de nota. Não há prazo para o início da obra, que está inserida na segunda fase de revitalização do Parque Dom Pedro II. A primeira já foi iniciada, com a demolição dos Edifícios São Vito e Mercúrio. A desapropriação deve custar cerca de R$ 5 milhões.
O Garage Parque 25 foi construído nos anos 1980. Além de oferecer 630 vagas de estacionamento, ele abriga, no térreo, lojas de roupas e bijuterias. O plano municipal prevê a criação de 2.600 vagas - parte delas em uma garagem subterrânea na Praça Fernando Costa.
Para o urbanista Valter Caldana, diretor da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo do Mackenzie, a demolição é bem-vinda. "Esse prédio nem deveria ter sido construído. Ele é um entrave em uma das paisagens mais importantes de São Paulo."
Apesar da decisão da Prefeitura, muitos comerciantes desconheciam o projeto. "Faz uns dois anos que começaram a falar de desapropriação aqui, mas isso aí deu uma parada. Acho que já desistiram", diz a balconista Carmen de Oliveira.
A secretária executiva da União dos Lojistas da 25 de Março e Adjacências (Univinco), Cláudia Urias, disse acreditar que a região não precisa de mais um centro de compras. "A 25 tem 38 shoppings. São tantos espaços que muitos boxes estão vazios por falta de interessados em alugar", afirma Cláudia. "Por outro lado, vagas de estacionamento estão em falta por aqui."
Apoio
Cláudia diz, porém, que os comerciantes são a favor de um projeto de revitalização para o Parque Dom Pedro. Os lojistas esperam que alguns pontos, como a criação desse shopping popular, sejam revistos.
As vagas de Zona Azul são dominadas, quase em sua maioria, por flanelinhas. Eles cobram R$ 10 por uma folha que custa R$ 3.
Fonte: O Estado de S. Paulo, 5 de setembro de 2012