Se no início os drones eram brinquedos caros destinados a quem podia bancar o hobby ou para videomakers, nos últimos anos esses aparelhos passaram a ser usados para fins mais práticos e variados. Prefeituras, por exemplo, estão recorrendo aos veículos aéreos não tripulados para atualizar os valores cobrados a título de IPTU.
Pelo menos três cidades pernambucanas — Paulista, Itamaracá e Jaboatão dos Guararapes — contrataram a empresa Crescite para fazer toda a cobrança e arrecadação do IPTU. A empresa fez o recadastramento dos imóveis com o auxílio de drones, o que lhe permitiu monitorar a região e fazer o mapeamento correto. O tratamento das imagens capturadas pelos drones em “softwares de última geração” resultou em medições precisas.
Os números refletem a eficácia da abordagem tecnológica: Paulista arrecadou 165% a mais em relação a 2015, seguida por Itamaracá (+82%) e Jaboatão dos Guararapes (64%). Curitiba estuda seguir o mesmo caminho. No início de abril, foi apresentado ao prefeito Rafael Greca um software desenvolvido no Parque do Software de Curitiba, que mostra a cidade com precisão, do alto. Charles Roberto Stempniak, diretor da Smart Matrix, empresa envolvida no projeto, explica que com a tecnologia seria possível mapear Curitiba em apenas 30 dias, com um custo 90% menor que o dos métodos tradicionais.
As imagens capturadas pelos drones são “mil vezes melhores”, segundo o executivo. Com elas, seria possível monitorar detalhes de calçadas, ocupação dos terrenos e a evolução das obras, garantindo a cobrança justa do IPTU.
O uso de drones pelas prefeituras tem crescido no mundo todo — e para outros fins além de reajustar o IPTU. Em Vitória e Serra, no Espírito Santo, as prefeituras usaram drones para combater a proliferação do mosquito Aedes Aegypti em 2015, quando o estado passou por uma epidemia.
Lá fora, as prefeituras têm recorrido à versatilidade dos drones para monitorar o desmatamento florestal, a situação das vias (ruas, estradas) e como auxílio para as forças policiais. Os dispositivos também são essenciais no ramo do agronegócio, pois ajudam na lavoura.
Fonte: Gazeta do Povo - Curitiba - 29/04/2017