"Se o espaço onde cabem três carros é ocupado por dois, a capacidade de fluxo fica reduzida", afirma o engenheiro Gabriel Feriancic, especialista em transporte. Quem está a pé sofre porque os motoristas avançam na área que seria usada para atravessar a rua. "Parece óbvio, mas isso pode colocar em risco a vida dos pedestres", diz o consultor em engenharia de tráfego Horácio Augusto Figueira. "A faixa precisa estar visível dia e noite."
Motoristas também são expostos a riscos, principalmente com a ausência de faixas que dividem ruas com mão dupla. Afinal, para um condutor que não conhece a região, um carro vindo em sentido oposto pode representar um susto e tanto.
O descaso com a manutenção não se restringe à periferia. Num giro pela cidade, encontram-se problemas em bairros como Alto de Pinheiros, Paraíso e Jardins. Segundo a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), responsável pelo serviço, a sinalização horizontal tem prazo de validade de dois a três anos, dependendo do tráfego. Só em 2009 foram gastos 7,4 milhões de reais na pintura de 157 .000 m2 de sinalização - grande parte em trechos recém-recapeados. Pelo que (não) se vê, é pouco.
Fonte: Revista Veja S. Paulo, 11 de novembro de 2009