No longo prazo, a mudança pode ser prejudicial ao motor, destaca a Folha de S. Paulo.
A medida vale até 30 de abril, quando termina a entressafra de cana no centro-sul. Conforme resolução publicada pela ANP, o teor real de etanol no combustível cai de 98% para 92,1%.
Os 200 milhões de litros comprados dos EUA por produtores nacionais serão misturados à gasolina.
Para incentivar a compra, a Camex zerou no ano passado a alíquota de importação, que estava em 20%.
A mudança não afeta o álcool combustível (hidratado), vendido nos postos.
Neste ano, a estratégia do governo é diferente da de 2010, quando decidiu reduzir a mistura de etanol na gasolina de 25% para 20% no período de entressafra de cana.
O cenário atual é outro: com a alta recente do petróleo por conta da crise política nos países do Oriente Médio, é mais vantajoso importar o etanol do que a gasolina.
Por isso, a mistura do etanol continuará em 25% na gasolina. A Petrobras é a responsável pela importação de gasolina no país e está comprando o combustível a preços maiores do que ela revende no mercado interno.
A disparada dos preços do etanol hidratado nos últimos meses provocou migração em massa dos consumidores para a gasolina, fazendo com que as vendas de álcool nos postos recuassem 40%.
Essa mudança no perfil do consumo provocou a necessidade de importação pela Petrobras de combustíveis derivados do petróleo.
Tanto a gasolina como o álcool importados devem chegar em abril, momento crítico da oferta de etanol.
A expectativa é que a produção da safra 2011/12 entre no mercado em maio.
Fonte: Folha de S. Paulo, 26 de março de 2011