A tendência de alta do álcool, no entanto, pode estar no fim. O hidratado já sai das usinas com preços menores do que há uma semana. É o que mostram os valores de negociações do hidratado em Paulínia, conforme dados do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada). Demanda menor e oferta maior vão derrubar os preços.
O consumidor que ainda opta pelo álcool tem gasto maior do que o que utiliza gasolina. A recomendação técnica é que, quando o álcool atinge 70% do valor da gasolina, o consumidor dos carros flex use esta última.
A pesquisa da Folha indica que os preços médios do álcool estão em 83% dos da gasolina em São Paulo.
Todo período de entressafra é de aceleração de preço. A demanda foi tão forte neste ano que os aumentos de preço chegaram antes e estão atingindo valores históricos.
Oferta
A alta ocorre mesmo com oferta maior do produto. Na primeira quinzena deste mês, saíram 30,1 milhões de litros de álcool hidratado por dia das usinas do centro-sul, 12% mais do que em 2010.
Além disso, os consumidores tiveram oferta de 2,7 bilhões de litros a mais durante toda a safra, volume que veio de 1,7 bilhão a mais de produção e 1 bilhão a menos das exportações, diz Antonio de Padua Rodrigues, da Unica (associação das usinas).
A alta de preço do álcool pode perder força porque 30 usinas já estão moendo cana, o que deve elevar a oferta.
Os preços podem parar de subir nas usinas, mas uma queda nos postos não é imediata. A oferta média de álcool hidratado das usinas durante a safra é de 46 milhões de litros por dia, bem acima da produção atual.
Fonte: Folha de S. Paulo, 26 de março de 2011