"O problema é que a maioria dos candidatos entende que aquelas 20 aulas exigidas em lei são suficientes. E querem fazer o exame a qualquer custo nessa quantidade de aulas", explica Rodrigo Fabiano da Silva, do centro de formação de condutores de Minas Gerais.
O alto índice de reprovação pode levar a mudanças nos processos de formação do condutor. É que os centros responsáveis pela preparação dos novos motoristas também têm que ser avaliados. Podem até perder o direito de funcionar, dependendo do resultado dos alunos.
Uma resolução do Conselho Nacional de Trânsito (Contran) determina que, para renovar o credenciamento, os Centros de Formação de Condutores (CFC) devem ter índices de aprovação superiores a 60%.
Em Pernambuco, os que não atingirem a meta vão responder a processo administrativo. No estado do Rio, dos 550 centros, 453 têm de apresentar um novo plano pedagógico. Mato Grosso, São Paulo e Minas ainda elaboram um sistema de avaliação.
"O erro é da autoescola? É do processo de formação? O candidato fez poucas aulas ou meu examinador está sendo muito rígido? Então, eu tenho que ter um raio-x para realmente começar a punir o CFC", aponta Anderson França, do Detran de Minas.
Uma especialista em educação no trânsito defende o aumento do número mínimo de aulas de direção. Mas também mudanças na qualificação de instrutores e avaliadores, e que a formação dos motoristas deve começar no Ensino Fundamental.
"O que a gente quer mudar é o foco: educação. E não simplesmente adestramento para tirar carteira", diz.
Fonte: Jornal Nacional (Rede Globo), 26 de maio de 2012