Empresário do ramo de construção civil, Carlos Sanchez e sua esposa não costumam planejar grandes viagens - sequer fazem reserva em hotéis. Escolheram o roadster azul em meio a uma coleção atualmente composta por 11 modelos, entre eles um raro Austin Seven 1939. Comprado em 1996 em "péssimas condições", hoje está em perfeito estado. "Poderia ter restaurado esse carro rapidamente, mas eu morava na Espanha e o carro, em Buenos Aires."
A primeira grande jornada do Whippet partiu de Buenos Aires rumo a Corrientes, no norte do país. De lá, atravessaram a fronteira em São Borja, no Rio Grande do Sul, para então continuar até Águas de Lindóia. Sanches conta que o caminho foi percorrido bravamente pelo carro, que não teve nem mesmo um pneu furado.
Na estrada, só parou num posto policial para pedir informações. E o policial, de tão encantando com o carro e o estilo de vida de Sanchez e sua esposa, nem mesmo percebeu que motorista e passageiro usavam cinto de segurança apenas abdominal e não de três pontos, como manda a legislação brasileira.
Gente "amável", trânsito "terrível"
Essa não é a primeira longa viagem que Sanchez faz ao volante de um carro clássico. Em 1980, com um Citroën de 2 cilindros, seguiu da Argentina até o Alasca com dois amigos.
A próxima viagem - dirigindo, obviamente - será um retorno ao Alasca. Sanchez está apenas à procura de um novo companheiro para a jornada. "Tenho amor pelos automóveis e por dirigir. Dirijo o tempo todo. Mas posso curtir um deles e depois vendê-lo para comprar outro."
Já para Águas de Lindóia, talvez Sanchez não volte tão cedo. "Eu me surpreendi com a recepção e admiração de todos pelo caminho. Foram muito amáveis. Mas o trânsito em São Paulo é terrível. Foi a pior parte da viagem", lamenta.
Fonte: portal G1, 1º de junho de 2013