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Quando as primeiras mudanças climáticas foram registradas, os cientistas acreditavam que os fenômenos faziam parte dos eventos naturais. Mas, com os avanços tecnológicos, perceberam que a intervenção humana era a causadora das alterações. Segundo o site Maplink, o Greenpeace Brasil informa que no último século a temperatura do planeta aumentou em 0,7º C e lembra que essa pequena variação já está modificando o clima de toda a Terra. Entre os reflexos está o derretimento de grandes massas de gelo, o aumento da intensidade de furacões, tufões e ciclones, as enxurradas mais fortes e o aumento do nível do mar.
Se o trânsito faz parte do cotidiano das pequenas, médias e grandes cidades, qual é o impacto das mudanças climáticas sobre ele? Quem está desatento pode não perceber, no entanto, o tráfego e o aquecimento global estão intimamente ligados. Quando chove mais, o que acontece com o trânsito de seu município?
Uma pancada de chuva modifica toda a circulação do município. Nesse panorama, o Metrô e os trens da CPTM começam a circular mais lentos e os alagamentos surgem e dificultam a vida dos motoristas de carros particulares, coletivos e comercias.
Ou seja, a questão está mais próxima de nós do que imaginamos.
O Greenpeace Brasil confirma a observação da reportagem ao divulgar que os efeitos das mudanças climáticas nas regiões metropolitanas são inundações, enchentes e desmoronamentos em áreas de risco. Depois da argumentação acima, alguém ousa afirmar que esses acontecimentos não alteram o trânsito de qualquer cidade?
Desastre iminente
É possível que uma catástrofe como a de Santa Catarina ocorra em uma metrópole como a de São Paulo? De acordo com o coordenador de Ações Preventivas e Recuperativas, da Coordenadoria Municipal de Defesa Civil da capital paulista, Ronaldo Malheiros, a resposta é sim. "Qualquer cidade que enfrente uma chuva anormal a sua média terá problemas. Pode ser São Paulo, Pequim, Bombai, Nova York ou México", afirma.
"Se chover a mais, mesmo com todos os recursos do mundo e com os melhores aparatos técnicos, haverá problemas para a população", sentencia. "Os impactos são imprevisíveis. Como você vai frear uma coisa que não sabe qual é o tamanho?", questiona o coordenador, que é geólogo formado há vinte anos pela Universidade de São Paulo (USP).
Ele lembra que a metrópole paulistana cresceu muito, não teve planejamento e tem como característica as ocupações de fundos de vale e de áreas de encosta. E, por causa dessas particularidades, uma chuva que não traria problemas para São Paulo leva o município a momentos difíceis.
O professor da disciplina Engenharia de Tráfego e Transporte Urbano da Universidade Mackenzie, João Cucci Neto, crê que uma vantagem que São Paulo tem sobre os municípios catarinenses, por exemplo, é o mapeamento das áreas de risco. Segundo o acadêmico, no começo de chuvas e enxurradas os locais que normalmente apresentam problemas são logo verificados.
Trânsito parado em SP
Cucci avalia que o tráfego pode parar numa catástrofe climática na metrópole. "Numa situação-limite, se houver uma multiplicação de problemas de trânsito, isto é, muitos incidentes acontecendo simultaneamente em vários pontos, provavelmente, haveria uma paralisação", diz.
O professor calcula que uma das dificuldades para o tráfego seria programar uma evacuação em massa em pouco tempo. "Temos cerca de 15 a 20 mil km de sistema viário e, no máximo, 100 km de vias expressas. Hoje em dia, as saídas da cidade estão nas marginais que, além de fazerem o deslocamento de longa distância, proporcionam as ligações com as estradas", explica.
Luz no fim do túnel
No entanto, a capital paulista não está tão vulnerável. "Independente da magnitude do evento, temos um plano voltado para o período de chuvas, o PPDC (Plano Preventivo de Defesa Civil)", conta Malheiros. Em linhas gerais, o programa reúne as práticas preventivas para reduzir e gerenciar os riscos relacionados às situações de inundações, alagamentos e deslizamentos.
Entre os princípios do plano estão o trabalho guiado pelas informações meteorológicas fornecidas pelo Centro de Gerenciamento de Emergências da Prefeitura de São Paulo (CGE) e a integração de todos os órgãos que têm um olhar voltado à questão da chuva.
A Companhia de Engenharia de Tráfego de São Paulo (CET-SP) também faz parte do PPDC.
Na ação, o coordenador explica que o papel da CET é tirar os motoristas dos pontos que possam apresentar inundações e colocá-los em rotas seguras. O meteorologista Michael Pantera do CGE afirma que o trabalho da divisão é monitorar e fornecer dados aos departamentos competentes e que entre eles está a CET.
Em nota enviada ao Maplink, a CET confirma que, quando há previsão de chuvas, monitora 61 pontos que geralmente alagam. Em caso de mudanças climáticas que afetem diretamente o trânsito, Malheiros e Cucci concordam que a melhor forma de os cidadãos se prevenirem é se manterem bem-informados.
Stop, agora!
O que fazer para que as alterações climáticas não interfiram no trânsito das metrópoles? O meteorologista do CGE defende que a ação principal é parar de jogar lixo nas ruas.
"Na hora da chuva, a água carrega tudo o que encontra pela frente e os bueiros ficam entupidos. Os pequenos lixos, como as bitucas de cigarros e os papeizinhos jogados nas vias, são os que mais causam transtorno nos alagamentos e até nas inundações", diz.
Para Malheiros, tudo está inter-relacionado. "O reflexo do aquecimento global acontecerá primeiro nas regiões costeiras. E, qualquer alteração do nível do mar, terá um impacto direto", diz o especialista. "Essa situação subirá o planalto e respingará aqui. Tudo tem uma certa relação. Não estamos isentos de nada. Na verdade, estamos combatendo um inimigo que não conhecemos", alerta o coordenador.
Fonte: Maplink, 31 de dezembro de 2008

Categoria: Geral


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