Parking News

Valéria França, do Estado de S. Paulo, descreve como desolador o cenário para quem trabalha nas torres comerciais da Avenida Luis Carlos Berrini, no Brooklin, Zona Sul de São Paulo, porque tem de enfrentar um congestionamento antes mesmo de sair do prédio. No final da tarde, o engarrafamento da avenida impede a vazão dos carros que saem dos edifícios, levando o trânsito para dentro das garagens. "Dez minutos é o tempo médio que gasto do segundo subsolo da garagem até a rua, no final da tarde", diz Pedro Davoli Neto, funcionário de uma companhia aérea. "Pode até parecer pouco tempo, mas ficar dez minutos numa fila de carros dentro do estacionamento é um tormento."
Davoli trabalha no World Trade Center (WTC), um complexo de 25 andares, que abriga escritórios, o shopping de decoração D&D, um hotel com 280 apartamentos e uma média de 2.000 vagas de garagem. No subterrâneo, há ainda uma passagem de acesso ao Complexo Empresarial Nações Unidas (Cenu), que oferece mais um shopping, hotel e dois prédios de escritórios, o maior deles, a Torre Norte, com 38 andares - que comportam empresas multinacionais e nacionais de grande porte. Juntos, Cenu e WTC formam uma grande praça de lazer e negócios com mais de 10 mil vagas de estacionamento. As garagens têm saída para a Marginal do Pinheiros e para duas ruelas de 100 metros, que desembocam na Berrini.
"A garagem dos prédios do Cenu foi muito bem planejada. Tem catracas e saídas dimensionadas para permitir um bom fluxo de saída dos veículos", diz o executivo René de Paula Júnior, que trabalha na Torre Norte: "O problema é que as ruas ao redor são pequenas e não comportam o número de veículos gerados pelos edifícios comerciais".
Antes de virar uma avenida, a Berrini era apenas um canal de drenagem da várzea do Rio Pinheiros. Depois de soterrado, a partir de 1978, começaram a surgir os primeiros prédios. Uma década depois, foram levantadas torres imponentes e modernas que mudaram o cenário do Brooklin. "A Berrini, assim como outras avenidas da cidade, foram ocupadas sem planejamento", diz o urbanista Candido Malta.
Outro fator importante, que influencia muito no excesso de veículos circulando na região, é a falta de opção de transporte coletivo. Além do ônibus, a região é servida por uma linha da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM), que corre paralela à margem do Rio Pinheiros. "Já experimentei vir de ônibus para o trabalho, mas desisti. Chego mais rápido de carro e ainda gasto menos", diz Flávia de Andrade Davoli, assistente executiva de uma empresa de recolocação de executivos. Ela trabalha na altura no número 1.000 da Berrini, e mora em Santo Amaro, a poucos metros da Estátua do Borba Gato.
Fonte: O Estado de S. Paulo (SP), 7 de abril de 2008

Categoria: Geral


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