A Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental (Cetesb) vai cobrar multa de R$ 853 dos proprietários de veículos a diesel que emitirem fumaça acima dos níveis permitidos.
Equipados com máscaras contra poluição, o governador de São Paulo, José Serra (PSDB), e o prefeito da Capital, Gilberto Kassab (DEM), anunciaram ontem o início da Operação Inverno, realizada nesta época do ano para evitar a concentração de poluentes no ar paulistano.
Kassab também afirmou que assinará amanhã a ordem de serviço para iniciar a inspeção veicular municipal, que vai impedir a emissão de licença para automóveis em mau estado. A medida faz parte da segunda fase do Programa Cidade Limpa e, após a poluição visual, a meta agora é combater a poluição atmosférica.
Durante a Operação Inverno, cerca de 400 fiscais da Cetesb vão trabalhar junto com a Polícia Militar em comandos de fiscalização. O alvo principal são os caminhões, responsáveis por 40% da poluição lançada no ar em São Paulo pelos veículos. As fiscalizações serão mais intensas nas rodovias de acesso à Capital.
Segundo a Cetesb, os veículos movidos a diesel são responsáveis por 28% do total das partículas inaláveis presentes no ar da Grande São Paulo. Essas partículas penetram no aparelho respiratório e são um dos principais motivos de internação de crianças e idosos durante o outono e o inverno.
Este ano, os técnicos da Cetesb ainda vão utilizar cartões para comparar a cor da fumaça com os padrões de qualidade requisitados pela fiscalização. Mas, em 2008, a empresa espera utilizar um equipamento eletrônico capaz de identificar falhas com maior precisão. "Pelo teste antigo, este caminhão escaparia. Pelo teste novo, ele seria reprovado", disse Serra, durante o evento de ontem, realizado em um dos portões do Ceagesp, na zona oeste.
O governador afirmou que a multa dobra de valor a cada reincidência, sucessivamente: de R$ 853 ela salta para R$ 1.706 e assim em diante. "São multas bastante salgadas para proteger o ar que a população respira." Mas o governador acrescentou que o motorista que corrigir a falha mecânica que provoca a poluição em excesso pode receber o dinheiro de volta. "Nosso objetivo não é a multa", disse Serra.
Fonte: Diário do Comércio (São Paulo), 05 de junho de 2007