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Após a Segunda Guerra Mundial, diversas marcas, como Velam, Morris, Messerschmitt e outras construíram microcarros para ajudar a reconstruir a Europa, que estava em ruínas. Uma dessas marcas que o tempo apagou foi a alemã Fuldamobil, conhecida simplesmente como Fulda e que durou apenas 19 anos no mercado. Seu nome era o diminutivo de Elektromaschinenbau Fulda, pequena cidade alemã às margens do rio Fulda, em Hesse.
A marca foi uma das muitas empresas que viveram apenas para contar um momento importante na indústria automotiva, e que ajuda a explicar a busca do europeu por modelos compactos, racionais e eficientes.
Com essa ideia na cabeça, o jornalista Norbert Stevenson, que trabalhava como free lancer para o jornal Rhein-Zeitung enquanto concluía a faculdade de engenharia de Berlim, fundou a Elektromaschinenbau Fulda GmbH and Nordwestdeutscher Fahrzeugbau, no ano de 1950, em parceria com Karl Schmitt, um amigo abastado, também engenheiro.
Stevenson definiu que os carros da marca teriam duas rodas na frente, para dar estabilidade, uma roda atrás, e motor traseiro menor do que 1.000 cm³, mas que seriam úteis para circular nas cidades e também fazer pequenas viagens, sem muita pretensão de desempenho.
Curiosos modelos racionais
O primeiro modelo, S-1, tinha design absolutamente simples, arredondado como uma bolha e com uma curiosa janela ovalada de pequenas proporções. Na frente, apenas os dois faróis simples, parachoques finos e parabrisa ovalado, formando um conjunto que lembra um "rosto triste", se olharmos com atenção. A traseira era ainda mais curiosa, arredondada e com a janelinha que se abria para dar acesso ao porta-malas.
Sua carroceria era de alumínio montada sobre um chassi de madeira, depois substituído por aço. As opções de motores monocilíndricos dois tempos Sachs iam de 200 cm³ a 360 cm³ e desenvolviam apenas 9,7 cv na versão mais simples.
O carro se tornou um grande sucesso de vendas na pequena cidade de Fulda, logo ganhou espaço na Europa inteira e chegou até a ser construído sob licença em diversos países, inclusive com outros nomes: Attica (Grécia), The Bambi (Índia), Bambino (Argentina), Nobel (Inglaterra) e Vans Vahar (Chile).
Por dentro o microcarro alemão era absolutamente simples, com rebites e rebarbas visíveis, sem preocupação nenhuma com o conforto. Os controles se resumiam ao volante de baquelite com três raios, velocímetro, marcador de combustível, pisca alerta, faróis e miolo para a chave.
Na frente tinha um banco inteiriço rebatível e atrás um banco mais baixo, para crianças. O porta-malas ficava na traseira, acima do motor, e tinha espaço razoável.
Com o passar dos anos, a dupla Stevenson e Schmitt aprimorou o Fuldamobil e em 1956 o carro ganhava uma quarta roda. O eixo traseiro tinha as duas rodas separadas por apenas 40 cm, além de um reforço, para dar maior estabilidade.
Com o passar dos anos a janela traseira, que atrapalhava o motorista, deu lugar a uma área envidraçada maior. Em outros países chegou a ter versão conversível e também furgão.
Com o passar dos anos, a Europa se recuperava e crescia a demanda por veículos tradicionais embora o consumidor europeu prefira veículos compactos e racionais até hoje. Foram fabricados cerca de 2.900 carros em seus 19 anos de existência.
Fonte: webmotors, abril de 2013

Categoria: Mundo do Automóvel


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