Parking News

Com estacionamentos virando canteiros de obras e mais de 8.500 veículos novos por dia, manter o carro estacionado fica mais caro. Segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o preço do estacionamento aumentou em média 12,15% nos últimos 12 meses encerrados em agosto. Conforme noticiou a Folha de S. Paulo, no mesmo período, o IPCA (índice oficial de inflação) ficou em 4,49%. Serviços em geral subiram 6,85%, segundo o Banco Central. O aumento chega a 21,2% em Belo Horizonte. Em São Paulo, a alta foi de 8,73%.
Apesar disso, os preços ainda estão distantes dos cobrados fora do Brasil. De acordo com levantamento da Colliers International, o estacionamento mensal custa em média R$ 259 em São Paulo e R$ 288 no Rio. As cidades com mensalidades mais caras são Londres (US$ 933 ou R$ 1.595) e Hong Kong (US$ 745, ou R$ 1.273). "A alternativa, em Londres, acaba sendo o uso do transporte público. Só que lá o serviço tem qualidade. Aqui, não, e os preços do estacionamento vão subir ainda mais", afirma o diretor-geral da Colliers no Brasil, Ricardo Betancourt. Ele cita também a expansão da venda de veículos (de janeiro a agosto foram 2,077 milhões, segundo a Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores) e o aquecimento do mercado imobiliário como motivos da alta dos preços.
Áreas visadas
Com o boom no setor da construção civil, antigos estacionamentos dão lugar à construção de edifícios, e o aluguel dos terrenos (40% dos custos do setor) fica mais caro. Helio Cerqueira Júnior, diretor da Estapar, empresa líder do setor, afirma que a oferta de vagas em São Paulo é precária. Há muitos estacionamentos em áreas visadas pela construção civil que tendem a desaparecer. Um exemplo é o estacionamento localizado na esquina da Avenida Paulista com a Rua Pamplona, antigo endereço da família Matarazzo. Ele fica na região mais cara de São Paulo, segundo a Colliers (diária de R$ 26 e mensalidade de R$ 300), e dará espaço para a construção de um prédio comercial e um shopping center. Segundo a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego), a torre, com previsão de entrega em 2014, deve atrair 1.090 carros na hora mais movimentada da manhã. Como o rendimento do estacionamento diário é mais alto, a carência de vagas mensais é ainda maior. "Hoje não tem vaga mensal. Recebo até telefonema de políticos pedindo vaga para a filha na PUC (cujo estacionamento é administrado pela Estapar)", conta.
Garagens subterrâneas são alternativa
O diretor da Estapar afirma que há demanda para 40 estacionamentos subterrâneos em São Paulo, que atenderiam 80 mil carros por dia. A empresa fez parte dos consórcios que construíram as duas únicas garagens da cidade, Clínicas e Trianon. Mas ele afirma que a prefeitura precisa dar garantias para os investidores de que coibirá a concorrência ilegal. Segundo Júnior, havia cerca de 40 estacionamentos irregulares num raio de 500 metros da garagem Trianon quando ela foi construída, uma década atrás. Passados três anos, já eram mais de cem, conta. De acordo com o diretor da Estapar, a prefeitura também teria que se comprometer a retirar obstáculos encontrados durante as obras que não estivessem previstos nos mapas subterrâneos da cidade, como cabos. "A prefeitura não precisa entrar com recursos. Nós temos o know-how. Basta ceder o local e dar garantias."
Júnior diz que construir edifícios-garagens não é viável porque edifícios comerciais são mais rentáveis. Segundo ele, a dificuldade de encontrar vagas leva à expansão dos valets. Eles chegam a custar o dobro do estacionamento normal, estima. "É cansativo procurar vaga. Quase todos os shoppings já têm valets, assim como restaurantes e hospitais." A prefeitura prometeu estudos de três novas garagens subterrâneas em 2005, mas o projeto não foi adiante. Procurada, a Secretaria de Transportes não comentou. A CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) informou que "está em processo de análise a implantação de garagens verticais, principalmente no centro da cidade", mas não disse quantas seriam construídas e quando.
Segundo o Sindepark (sindicato do setor), há 900 mil vagas na cidade para atender 6 milhões de veículos. Para Ricardo Betancourt, da consultoria Colliers, a tendência é que a restrição a veículos aumente e sejam criados "bolsões" de estacionamento fora dos centros. Ele cita como exemplo Londres, onde há pedágio nas áreas centrais.
Quanto custa estacionar em São Paulo
Bairro           Mensalidade R$       Diária R$
Pinheiros          260,00                  22,00
Faria Lima        290,00                  25,00
Berrini             260,00                  20,00
Roque Petroni   260,00                  22,00
Barra Funda     140,00                  18,00
Centro             280,00                  24,00
Paulista            300,00                  26,00
Itaim               280,00                  25,00
Vila Olímpia      260,00                  22,00

As cidades mais caras - mensalidade, em US$
1º Londres - 932,99
2º Hong Kong - 744,72
3º Tóquio - 654,00
4º Roma - 615,00
5º Zurique - 605,64
76º Rio de Janeiro - 161,80
92º São Paulo - 146,00

Inflação do estacionamento - em %
Belo Horizonte - 21,2
Curitiba - 17,3
Rio de Janeiro - 16,37
Brasil - 12,15
São Paulo - 8,73
Serviços - 6,85
IPCA - 4,49
Fontes: IBGE, Colliers e Banco Central
Fonte: Folha de S. Paulo, 29 de setembro de 2010

Categoria: Mercado


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