A saída de um ônibus fora do horário significa mais demora. "O descumprimento de partidas prejudica a operação e aumenta o número de passageiros por veículo, além do tempo de espera no ponto", diz a própria SPTrans, em nota. Para fazer o índice, a empresa calcula a relação entre as partidas programadas dos ônibus e as efetivamente realizadas. Os indicadores vão de 2009 a 2011.
Nos três anos, a região noroeste (Área 1 do esquema de concessão das linhas da SPTrans) teve a melhor média de partidas cumpridas, 88,75%. O destaque são os ônibus da Viação Gato Preto, de Perus, que cumpriu horário, na média, em 92% das viagens.
No outro extremo da tabela estão os coletivos da cooperativa Transcooper, em São Mateus, que só coloca um ônibus para circular no horário a cada duas partidas previstas. Mas vale destacar que a empresa é a que mais melhorou. Em 2009, apenas 33% das partidas eram feitas na hora. No ano passado, foram 66%.
Itaquera
O bairro que será sede da Copa do Mundo de 2014 é o que mais piorou no índice da pontualidade. Em 2009, o porcentual era de 112% - mais ônibus do que o programado circulavam pelas linhas. No ano passado, o índice caiu para 89%.
Mas quem anda nas linhas do bairro diz que a percepção é bem diferente dos índices. No dia 10, às 16h21, a reportagem acompanhou a moradora de Cidade Tiradentes Rosemarie Tavares, que trabalha no Ipiranga, zona sul. Ela esperou 52 minutos para conseguir embarcar em um coletivo. "Não me canso no trabalho. O que me cansa é essa espera", reclamou.
O promotor público Saad Mazloum, que acompanha o cumprimento dos contratos de transporte público de São Paulo e já chegou até a conseguir o bloqueio de bens de empresas que prestavam serviço inadequado, também diz que a realidade na cidade é bem diferente. "Há linhas que não cumprem 50% das saídas previstas."
Fonte: O Estado de S. Paulo, 10 de maio de 2012