Zona leste
O melhor lugar para andar nos corredores (a 18 km/h) é em bairros da zona leste, incluindo Ermelino Matarazzo, Aricanduva, Penha, São Miguel, São Mateus, Guaianases e Itaim Paulista. Mas essa velocidade - "rápida", na avaliação da SP Trans - é só na ida, no pico da manhã (das 6h às 8h59). Na volta para casa, entre 17h e 19h59, a velocidade em toda essa região cai para 16 km/h.
Com uma demanda histórica por melhorias no sistema de ônibus e uma estação de metrô que nunca chega, a região do MBoi Mirim, na zona sul de São Paulo, tem a pior velocidade média de corredor de ônibus na cidade: 13 km/h no pico da tarde.
No geral, é nas regiões sul e sudeste onde os corredores funcionam pior: bairros como Ipiranga e Jabaquara se "arrastam" a 15 km/h nos corredores de ônibus. A SP Trans considera essa uma velocidade "moderada". Péssima, só abaixo dos 13 km/h.
O presidente da Associação Nacional das Empresas de Transporte Público, Otávio Vieira da Cunha Filho, afirma que, em São Paulo, as baixas velocidades estão ligadas à falta de mais corredores exclusivos. "Em cidades onde há corredores segregados, com pagamento do bilhete na plataforma, embarque de nível e pontos de ultrapassagem, a velocidade média chega a até 35 km/h. São Paulo não tem amplos de corredores assim."
O professor Cláudio Barbieri da Cunha, do Departamento de Engenharia de Transportes da USP, ressalta a pouca quantidade de linhas expressas e semiexpressas, que fariam a viagem ficar mais rápida, e de mais terminais de conexão. "As faixas exclusivas acabam sendo usadas por muitas linhas de ônibus, porque as de lugares muito diferentes têm de percorrer o mesmo trajeto até o centro."
Fonte: O Estado de S. Paulo, 10 de maio de 2012