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São Paulo é a cidade que não pode parar porque não tem vaga, segundo um dito popular moderno paulistano. O estudo mais recente da Prefeitura, de novembro de 2010, dá conta de um déficit de 14 mil vagas apenas na região central. Não há dados sobre outras regiões da cidade. Para o engenheiro Joseph Barat, especialista em trânsito e transporte, esse é um dos motivos para que existam flanelinhas. "O problema é econômico também. O flanelinha se apropria do espaço público para lucrar em cima da demanda por estacionamento", diz Barat. A reportagem é do Diário de São Paulo.
Segundo o engenheiro, a maioria dos deslocamentos de automóvel em São Paulo é triangular, de casa para o trabalho e de volta para casa, ou então para a escola ou fazer compras. "Nesse tipo de deslocamento o veículo acaba ficando muito tempo parado e gera ainda mais necessidade de espaço para estadoriar", afirmou Barat. O SINDEPARK (Sindicato das Empresas de Garagem e Estacionamentos do Estado de São Paulo) não tem estudos sobre o assunto, mas afirmou em nota que, se compararmos a frota de veículos e o número de vagas oferecido, 99% pela iniciativa privada, é fato que este número é insuficiente. O Sindicato aponta o Centro, Moema, Jardins, Vila Olímpia e a região da Avenida Berrini como os locais em que mais faltam vagas.
"A Zona Azul é uma iniciativa que é interessante, mas atualmente não é suficiente para São Paulo", afirma Barat. Segundo o especialista, a solução é melhorar o transporte público. "O problema de falta de vagas existe em todas as grandes cidades do mundo. A diferença é que em Londres ou Nova York o cidadão conta com uma boa rede pública e opta por usá-la", diz Barat. "Em São Paulo, o transporte público é deficiente e insuficiente, então o paulistano escolhe pagar o ônus de usar o carro e se sujeitar aos flanelinhas", contou o engenheiro.
A CET (Companhia de Engenharia de Trafego) afirma que está atenta à demanda por vagas. "A CET elabora permanentemente estudos para avaliar a necessidade de criação ou mesmo retirada ou remanejamento de vagas de Zona Azul, uma vez que é preciso acompanhar a dinâmica da cidade disciplinando o estacionamento e democratizando o uso do espaço viário ao implantar a rotatividade das vagas", disse por meio de nota.
Fonte: Diário de São Paulo, 11 de maio de 2012

Categoria: Fique por Dentro


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