Freqüentadores da Avenida Monsenhor Tabosa tiveram uma surpresa com o início da implantação do estacionamento rotativo Zona Azul.
A tarifa de apenas R$ 1,00, equivalente a cinco horas disponível na vaga, foi considerado pelos motoristas como uma decisão precipitada pela Autarquia Municipal de Trânsito, Serviços Públicos e de Cidadania (AMC).
Os flanelinhas, que dependem do estacionamento para conseguir a renda mensal, lamentam a perda da clientela em detrimento da venda dos cartões da Zona Azul.
O presidente da AMC, Flávio Patrício, garantiu que a iniciativa não diminui o fluxo de clientes, mas otimiza o trânsito no local fazendo com que mais pessoas estacionem facilmente na Monsenhor Tabosa. "A gente preferiu conceder um período mais longo, mas vamos analisar. Caso seja preciso, ou não, iremos reduzir o tempo do estacionamento", diz Patrício.
De acordo com o presidente da Autarquia, a implantação do estacionamento rotativo não significa lucrar com o dinheiro público, mas uma alternativa em buscar uma solução para amenizar o fluxo de veículos. "Temos o custo com pesquisa e o que sobre é zero", garante Flávio Patrício.
Reclamações
De acordo com a funcionária pública Lorena Machado, a implantação da Zona Azul implica em limitações aos clientes da Avenida. "Acho que vai diminuir o número de pessoas que irão freqüentar as lojas. Além de poder dificultar o turismo local", acredita.
Se há prejuízo aos clientes, os flanelinhas que trabalham na Avenida também sofrem com a implantação do sistema rotativo. "Comprei dez cartelas da Zona Azul e até agora (quase 17 horas de ontem) não vendi tudo. Se não tivesse os cartões, teria apurado pelo menos meus R$ 20", diz o flanelinha José Alberto da Silva.
Segundo ele, os motoristas irão buscar outras alternativas para estacionar, como as ruas que cruzam a Avenida e não optando pelo pagamento do estacionamento. "Quando os motoristas percebem a placa, saem e não estacionam aqui".
Apesar da implantação da Zona Azul ser considerada uma polêmica, o presidente da Associação dos Lojistas da Monsenhor Tabosa (Almont), Sérgio Palhano, diz que a política do estacionamento rotativo deve ser transformada em benefício à clientela.
Ou seja, as lojas devem incentivar os clientes a freqüentar o local em troca do estacionamento gratuito. "A gente vai ter que usar a Zona Azul a nosso favor. As lojas devem buscar uma maneira de fidelizar o cliente", destaca.
Para Palhano, a forma de arrecadação pelo estacionamento rotativo deve ser transformada em benefícios para a melhoria do fluxo de veículos na Avenida Monsenhor Tabosa.
Mais informações:
Autarquia Municipal de Trânsito, Serviços Públicos e de Cidadania
Av. Aguanambi, 90, Bairro José Bonifácio
(85) 3433.9700
Fonte: Diário do Nordeste (Ceará), 07 de fevereiro de 2007