Em oposição ao mercado de veículos novos, cuja queda ainda não encontrou o fundo do poço, as vendas de usados começaram o ano em alta. Em janeiro foram negociados 827,2 mil carros e utilitários de segunda mão, em crescimento de 16,3% sobre o mesmo mês de 2016, contra retração de 4% nas compras de zero-quilômetro. Foram quase seis unidades usadas transferidas para cada veículo leve emplacado – há cerca de dois anos esse índice girava em torno de três usados para cada novo.
O resultado positivo do mercado de usados em janeiro na comparação anual mostra que a esperada recuperação do setor começou pelas compras de veículos de segunda mão, que passaram a ser uma opção mais acessível ante os altos preços dos veículos novos. Reforça essa tese o fato de que os carros seminovos, com até três anos de uso, aumentaram sua participação nas vendas para 34,5%, ou mais de um terço do mercado.
Mesmo a queda de 20,3% nas transferências em relação a dezembro é considerada normal pelo setor, devido ao desaquecimento natural dos negócios nesta época do ano. “Esse resultado era esperado em função da sazonalidade que normalmente acontece entre dezembro e janeiro. Embora ainda seja muito prematuro fazer uma análise de como o mercado vai se comportar em 2017, estamos um pouco mais otimistas. A economia parece estar se estabilizando e, se não houver novos fatos que possam desviar os rumos, poderemos ter um ano um pouco melhor para a comercialização dos seminovos e usados”, avalia Ilídio dos Santos, presidente da Fenauto, que reúne os revendedores.
No ano passado inteiro, as vendas de veículos leves usados ficaram estáveis, somaram 10 milhões de unidades, número apenas 0,21% acima do verificado em 2015. Ainda assim foi um resultado bem melhor do que a queda de quase 20% do mercado de zero-quilômetro. A proporção entre usados e novos foi de 5,2.
Fonte: revista Automotive Business, 08/02/2017