Ainda em fase de adaptação, segundo a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego), a nova velocidade não vai gerar multa para os motoristas desavisados pelo menos nos primeiros dias. O órgão não especificou ainda quanto tempo vai durar esse período educativo, mas disse que vai espalhar 136 placas de sinalização vertical de regulamentação e advertência, além de 217 m² de sinalização horizontal em vias afetadas pela mudança para alertar os paulistanos.
A proposta, como explicou a CET, busca melhorar a segurança dos pedestres e ciclistas, além de reduzir o índice de acidentes e atropelamentos na área. "A região interna à Rótula Central concentra grande volume de pedestres, que ainda representam o maior número de vítimas no trânsito em São Paulo", disse a companhia em nota, que citou que, em 2012, haviam sido registradas 540 mortes de pedestres na cidade.
Para o presidente da Abramet (Associação Brasileira de Medicina de Tráfego), José Montal, a redução da velocidade segue uma recomendação internacional. "Pesquisas revelam que 95% das pessoas se salvam em acidentes envolvendo veículos com velocidade de cerca de 30 km/h. Mas 99% morrem quando os carros estão a 64 km/h", cita ele, que relata a preservação da vida como sendo o principal ganho da medida.
Ao defender a redução da velocidade, Montal relata ainda um estudo internacional que diz que a administração dos riscos no trânsito é possível em velocidades de até 50 km/h. Já o temor de que a nova velocidade complique ainda mais o trânsito na região central de São Paulo é descartado pelo consultor e especialista em trânsito Horácio Augusto Figueira. "A velocidade média dos carros nos horários de pico é de 15 km/h, portanto o limite de 40 km/h é só uma ilusão", afirma. Para ele, mesmo fora dos períodos de maior movimento, por conta do grande número de semáforos a velocidade média na região é de 20 km/h.
E a fluidez do trânsito, na opinião de Montal, também está diretamente ligada à redução de acidentes, já que eles "são os maiores complicadores do trânsito".
Reduções em novas áreas
Figueira defende que a redução da velocidade máxima permitida para os veículos também seja implantada nos centros dos grandes bairros, tais como Santana, Penha, Pinheiros e Santo Amaro. "Todos os lugares onde haja uma grande movimentação de pedestres e fluxo grande de travessia", afirma ele, que cita ainda ser necessária a mudança em vias próximas a estações de metrô e terminais de ônibus.
A CET informa que a região central será apenas a primeira a receber a operação, mas não diz quais outras áreas podem ser beneficiadas, tampouco a data dessa implementação.
Fonte: UOL, 20 de outubro de 2013