"Ele aumenta o tempo de resposta quando a pessoa conversa em cerca de 14%. Se a pessoa estiver mandando mensagem no celular, então esse tempo seria até maior. Aumenta em torno de 22%", revela o engenheiro Gabriel Silva.
Cem motoristas já foram testados. Homens e mulheres. No geral, uma certa desvantagem feminina.
"As mulheres têm um tempo de resposta um pouco maior, chega na casa dos 20%. Os homens reagem mais rápido", conta o estudante Rafael Francois.
Mas, além do sexo, existem outras diferenças entre os motoristas que o programa leva em consideração. Idade, condições gerais, o estado psicológico e físico. Existe um questionário, testado cientificamente. Aí, o equipamento é calibrado para cada motorista fazer o teste.
O repórter faz o teste. Ele vai pelas ruas e avenidas do campus da USP. De repente, uma freada. Mas deu tempo de parar bem longe do carro da frente: quatro metros.
Aplicado em larga escala, o teste iria muito além do bafômetro, diz o coordenador do trabalho.
"Porque estamos medindo efetivamente o reflexo do motorista, o tempo que ele demora para reagir. Não uma variável associada a isso, que seria o nível de álcool. Porque pelo nível de álcool você imagina que ele vá ter uma reação. Aqui, não, nós estamos medindo a reação dele em uma situação de emergência", afirma o professor de engenharia Nicola Getschko, da USP.
Fonte: Jornal Nacional (Rede Globo), 1º de fevereiro de 2013