Parking News

A Societa Italiana Applicazioni Techniche Auto-Aviatorie (Siata) foi fundada em 1926 por Giorgio Ambrosini na cidade de Turim, no Piemonte, Itália, para produzir acessórios e efetuar modificações mecânicas em automóveis como os da Fiat. Compressores, conjuntos de carburadores, conversões para válvulas no cabeçote - chamadas de Siata Super Testa - e câmbios com maior número de marchas eram alguns dos itens que a Siata oferecia para quem quisesse levar seu Fiat a competições.
O motor do Fiat Balilla, que saía de fábrica com potência de apenas 22 cv, chegava a 48 após todo o trabalho da empresa. Em 1936 ela criava uma carroceria conversível para outro pequeno Fiat, o 500 Topolino. E, como aconteceu e acontece com muitas empresas do gênero, a preparadora de Ambrosini interessou-se pela construção de seu próprio carro.
Denominado Amica, foi concluído em 1939. Ele logo chegou às competições: no campeonato Sport Nationale, o pequeno modelo de 27 cv alcançava interessantes 130 km/h. Uma versão com carroceria aerodinâmica em alumínio também foi construída, pouco antes do início da Segunda Guerra Mundial, durante a qual a fábrica foi destruída por bombardeios.
Ao fim do conflito, aos poucos a fábrica foi reconstruída no mesmo lugar, dobrando o tamanho das instalações, e a Siata retomou o mercado de preparação. Como a Fiat estava para lançar um motor com válvulas no cabeçote para a versão 500 B do Topolino, que tornaria sem sentido a aplicação do Super Testa, o projeto de seu próprio automóvel ganhou força.
O novo Amica era apresentado em 1949 e anunciado como "o pequeno carro de grande luxo". Ainda derivado do Topolino, o conversível de linhas simples e arredondadas tinha a carroceria desenhada pelo estúdio Bertone, para-brisa bipartido e alavanca de câmbio na coluna de direção. O motor podia ser o original do 500 C ou um de 750 cm³ reduzido do Fiat 1100 (uma evolução do Balilla), para enquadrar o carro nessa classe de cilindrada em corridas, nas quais chegava perto de 50 cv.
Já no ano seguinte aparecia um Siata pouco maior (3,86 metros), o Daina, oferecido como cupê e conversível, este chamado de Trasformabile. O incomum recurso do câmbio de cinco marchas (opcional), com quinta longa, permitia cruzar as estradas em baixa rotação. A velocidade máxima declarada era de 150 km/h. O Fiat 1400 foi ponto de partida também para o Grand Sport, disponível como cupê (com simplificações como janelas laterais de plástico) ou modelo aberto, de perfil baixo e alongado, para-brisa reduzido e distância entre eixos de 2,44 metros. O Grand Sport venceu várias provas em sua categoria, como em Sebring, Palm Springs e Vero Beach, nos Estados Unidos.
Dois litros, oito cilindros
Com o lançamento em 1950 do Fiat Otto Vu, carro esporte que trazia o único motor V8 da história da marca, a Siata passava a desenvolver seu 208-S, lançado com sensação no Salão de Genebra de 1952. A Fiat produziu menos de 200 motores V8, dos quais 114 equiparam o Otto Vu, e vários passaram às mãos da Siata para aplicação no 208-S. O esportivo baseava-se em um chassi tubular de aço com suspensão independente nas quatro rodas, dotada de braços sobrepostos e molas helicoidais - arranjo sofisticado para seu tempo. As carrocerias de alumínio vinham em três versões: Spider, aberta com dois lugares (foto); Berline Gran Tourismo, ou cupê; e Corta Competizione ou 208-CS, voltada a corridas. Podiam ser assinadas por três "encarroçadores", Bertone, Vignale e Farina (caso do belo Spider vermelho da foto, vendido em 2011 em um leilão da RM Auctions por US$ 946 mil).
O motor V8 de apenas 2,0 litros (daí o número 208), um dos mais compactos já vistos com essa configuração de cilindros, tinha bloco e cabeçotes de alumínio, dois carburadores Weber, comando de válvulas mais "bravo" da Siata e alta taxa de compressão para a época (8,5:1). Ao desenvolver 132 cv a 6.300 rpm, levava o modelo a mais de 190 km/h. Caso se optasse pelo motor básico da Fiat, os 105 cv se traduziam em cerca de 170 km/h. O câmbio era de quatro marchas.
Mesmo tão caro quanto um Ferrari de 12 cilindros, o 208-S despertou entusiasmo na imprensa norte-americana, mas não alcançou vendas expressivas, em parte pelas limitações da pequena fábrica.
Testado em 1953 pela revista norte-americana Road & Track, o 208-S com motor de 105 cv acelerou de 0 a 96 km/h em 12,4 segundos e ganhou muitos elogios. De acordo com a revista, se comparado a um Ferrari de então, o Siata saía em vantagem em "nível de ruído, suavidade, acesso, confiabilidade, resistência; em outras palavras, tudo que se refere a praticidade".
Em 1954 a Siata deixava de produzir o 208-S, após 35 unidades, pois já não havia motores disponíveis na Fiat. Afastada das pistas, ela via seu mercado na Europa encolher, para o que concorria o melhor desempenho dos carros lançados por grandes fabricantes. O Daina saía de produção em 1958.
A Siata fechou as portas em 1970.
Fonte: bestcars, 6 de setembro de 2012

Categoria: Mundo do Automóvel


Outras matérias da edição

Cumbica vai recuperar vagas de carro (29/09/2012)

O Aeroporto de Cumbica, em Guarulhos, vai ganhar mais espaço para carros neste ano. Depois de o jornal O Estado de S. Paulo mostrar, dia 25, que o já apertado estacionamento perdeu 556 vagas e dois bo (...)

Etanol segue competitivo em SP, GO e MT (28/09/2012)

Os preços do etanol nos postos de combustíveis seguem competitivos em relação à gasolina nos Estados de Goiás, São Paulo e Mato Grosso, de acordo com dados da Agência Nacional de Petróleo Gás Natural (...)


Seja um associado Sindepark