O engenheiro de tráfego Horácio Augusto Figueira não recomenda que outras cidades sigam o exemplo da capital paulista. "É a lei da facilidade, se restringir o tráfego, os motoristas vão encontrar outra solução, que pode ser financiar um segundo veículo ou comprar uma moto", explica o especialista. O fluxo de veículos na região é resultado de um aumento na frota. Atualmente, há um carro para cada duas pessoas no Grande ABC. De acordo com Horácio, a tendência é de que esse número aumente caso medidas em prol do transporte coletivo não sejam tomadas. "Se continuar assim, chegaremos ao padrão americano, que é de um carro por pessoa", analisa.
De com acordo com pesquisa realizada por Horácio em 2009, encomendada pelo Sindepark (Sindicato das Empresas de Garagens e Estacionamentos do Estado de São Paulo), um a cada quatro paulistano comprou outro carro devido ao rodízio municipal. Solução
Para Horácio, o poder público precisa investir em medidas para incentivar e ampliar o transporte coletivo. "Faixas exclusivas de ônibus e frota de qualidade, para que as pessoas deixem de enfrentar o trânsito nos carros e utilizem a rede pública como transporte", aponta o mestre em engenharia de transporte pela USP (Universidade de São Paulo). O engenheiro não aponta a possível vinda do metrô leve como única solução para o setor. "O metrô ajuda, mas é necessário ter uma frota de ônibus que dê suporte para esse meio", comenta Horácio.
O outro lado
Das prefeituras procuradas pela reportagem do Jornal do Trem & Folha do Ônibus, apenas São Caetano do Sul respondeu. Porém, não se manifestou quanto à implantação de rodízio ou projetos de melhorias para o trânsito, somente explicou a restrição de caminhões. Em nota, São Caetano informou que a restrição de caminhões na cidade se aplica, atualmente, apenas na área central em horário comercial.
Fonte: Jornal do Trem (ABC), 4 a 10 de fevereiro de 2011