As áreas onde os prédios serão construídos foram definidas no Plano de Mobilidade Urbana do Recife, lançado em abril de 2011, que trabalha com, pelo menos, 25 possibilidades. Dez ficam localizadas no centro da cidade. Se tudo correr como o planejado pelo governo municipal, as obras devem começar dentro de um ano.
A proposta do edital, que deve ser publicado nos próximos dias, é que empresas do setor privado elaborem estudos que viabilizem economicamente a construção desses empreendimentos. O Instituto Pelópidas Silveira, responsável pela criação do Plano de Mobilidade, realizou um estudo preliminar em quatros áreas: um espaço anexo ao Mercado da Madalena, na Zona Norte; em parte do estacionamento da Prefeitura do Recife; no Cais de Santa Rita (o edifício seria formado por andares instalados em cima do mercado popular); e em um local próximo à Praça do Machado, na Boa Vista, por trás do Cinema São Luiz. Fora o da Madalena, todos ficam no centro da capital. Juntos, eles somariam 3,2 mil vagas de estacionamento.
Os estudos serviram para que o Instituto definisse um programa básico de atividades relacionadas ao empreendimento, uma espécie de modelo para as empresas seguirem nos seus próprios estudos. Assim, o edital determina algumas exigências, como localização em centralidades do Recife, oferta de transportes próximo aos edifícios (terminal de ônibus, ponto de táxi, estação fluvial, bicicletário etc.) e oferta de serviços no imóvel, além do custo da tarifa.
A proposta da Prefeitura é que as empresas construam os prédios em troca da possibilidade de explorá-los comercialmente por um período de 20 a 30 anos. "Esses estudos vão analisar a viabilidade dos empreendimentos. A ideia é que não se use dinheiro público. E a nossa ideia inicial é que o preço da tarifa seja igual à cobrada pelo Zona Azul (R$ 1, por duas ou cinco horas)", disse o prefeito João da Costa.
Para a presidente da Companhia de Trânsito e Transporte Urbano (CTTU), Maria de Pompéia, a iniciativa vai desafogar as principais vias da cidade. "A CTTU não tem um estudo sobre o déficit de estacionamento no Recife, mas sabemos que as áreas mais críticas estão nos bairros de São José, Santo Antônio, Boa Vista, Bairro do Recife, além de outras áreas comerciais. Então, com esses novos estacionamentos vamos seguir com a lógica de tirar os carros das ruas", afirmou.
O presidente do Instituto Pelópidas Silveira, Milton Botler, comentou que o projeto vai implantar um novo padrão de mobilidade urbana no Recife. "A ideia dos edifícios-garagem não é estimular o uso de automóvel. Mas, sim, diminuir a quantidade de carros circulando e estacionados na rua. Assim, poderemos colocar calçadas e ciclovias", explicou.
De acordo com o Instituto, existem hoje, no Recife, oito edifícios-garagem. Não se sabe quantas vagas eles oferecem no total.
Fonte: portal G1, 21 de março de 2012