É o que explica Ivan Piccoli, coordenador de arquitetura, paisagismo e urbanização do Metrô. "Aquele é um trecho de cidade muito adensado, com imóveis que tendem à degradação ou já degradados." O fato de as avenidas chegarem muito perto dos imóveis, diz ele, contribui para a deterioração urbanística. "Então, o Metrô resolveu construir praças, para que ali a área se reorganize."
Piccoli entende que a Linha 5 poderá se transformar em um vetor para a reconfiguração desses pontos. O engenheiro Jaime Waisman, professor da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (USP), concorda. "O Metrô já é um empreendimento positivo. E pôr praças em áreas que precisam é trabalhar para requalificá-las."
Um dos trechos onde as obras do Metrô devem alterar bastante a paisagem é o da futura Estação Moema. Situada ao lado da Praça Nossa Senhora Aparecida, a área verde sobre a estação será uma espécie de "prolongamento" da vizinha. As duas serão separadas pela Avenida Divino Salvador. A quadra ao lado já está cheia de tapumes para a obra.
Outra estação, a Servidor, perto do Hospital do Servidor Público Estadual, terá ainda um estacionamento embaixo da sua respectiva praça. A garagem ocupará, segundo o projeto conceitual, dois níveis no subsolo. O Metrô não informou quantas vagas serão oferecidas.
As praças da Linha 5-Lilás - que não terão nomes, pois não serão logradouros oficiais, mas propriedades do Metrô - deverão se concentrar no trecho entre as Estações Alto da Boa Vista e Servidor. No trecho final, entre as paradas Vila Clementino e Chácara Klabin, haveria menos necessidade de adotar o modelo.
Marca registrada
Os novos ambientes externos ainda serão contemplados com grandes estruturas de aço e vidro, para cobrir as entradas das estações. Elas devem se tornar a "marca registrada" desse trecho da linha, que terá 11 paradas e deve ser entregue em 2015.
Fonte: Jornal da Tarde, 22 de março de 2012