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Das 15 obras em pontos de "congestionamento crônico" de São Paulo prometidas pela CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) em 2009, apenas uma foi concluída. E no meio do caminho, a companhia resolveu mudar de planos: substituiu nove dessas intervenções por outras nove. Dia 21, após questionamento da Folha, disse cogitar a troca de mais duas. São pequenas reformas que, segundo técnicos do município, poderiam melhorar o fluxo de veículos na cidade.
O cruzamento das ruas Domingos de Morais e Sena Madureira, na Vila Mariana, zona sul, foi um dos que saíram da lista original. "A tendência é piorar", diz o jornaleiro Rogério Feitoza, que trabalha numa banca na esquina.
A lista dos 15 gargalos consta da Agenda 2012 - metas que, segundo a prefeitura, serão cumpridas até dezembro deste ano.
A promessa de intervir em 15 "pontos crônicos", elencados pela própria administração, foi feita em março de 2009. Mas as idas e vindas foram adiando o início das obras por quase três anos.
Em outubro de 2010, cinco pontos nem haviam sido definidos, e apenas um - o entorno da praça João Mendes, no centro - tinha projeto pronto.
No ano passado, a prefeitura "derrubou" da lista nove pontos - inclusive o da João Mendes e o da Domingos de Morais - e os substituiu.
As intervenções previstas incluem mudança do tempo semafórico, alargamento e adequação geométrica das vias, abertura de canteiros centrais e melhor sinalização.
Sem transtorno
"Seria pretensão achar que a intervenção iria resolver o problema da praça João Mendes, por exemplo, mas tiraram o foco dos principais corredores", disse o especialista em trânsito Flamínio Fichmann após comparar as listas.
"A impressão é de que estão mais preocupados com o impacto gerado por essa pequena obra do que com o benefício. Mas, para melhorar o tráfego, é preciso fazer interferência que vá gerar impacto. A população aceita (o transtorno) quando sabe que a obra é necessária", afirmou.
Além da preocupação com gerar menos impactos, a CET afirma que as mudanças obedeceram a critérios técnicos e que outros órgãos assumiram alguns dos pontos limados.
Revisões deixam gargalos críticos fora dos planos
A qualquer hora, do dia ou da noite, o cruzamento entre as avenidas Rebouças e a Dr. Arnaldo, na zona oeste da cidade, está congestionado.
Na revisão, feita no ano passado, esse local foi substituído por outro próximo: o quarteirão da Rebouças entre a alameda Jaú e o viaduto Okuhara Koei, acesso para quem sobe para a Paulista.
Mauro Higashi não gostou da mudança: "Já gastei uma hora no carro para vir do cemitério (do Araçá, na dr. Arnaldo) até o semáforo com a Rebouças (700 metros)".
Obras serão feitas por outros órgãos, diz CET
A CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) afirma que algumas das obras substituídas da lista foram assumidas por outros órgãos.
No entanto, elenca apenas três exemplos: na Radial Leste, que teria sofrido intervenções da SPTrans; na rua Pirajussara, que diz ter ficado a cargo do Metrô; e na praça João Mendes, assumida pela Superintendência de Usina de Asfalto.
A Folha questionou quais intervenções foram feitas nesses locais e se houve obra viária na praça João Mendes - além do recapeamento-, mas a CET não soube dizer.
Questionada sobre a razão de ter mantido na nova lista dois locais também assumidos por outros órgãos (praças Felisberto Fernandes da Silva e Campo de Bagatelle), a CET disse que agora também cogita tirar esses pontos de sua lista.
A companhia afirma que todas as 15 intervenções serão feitas até dezembro, prazo final para a gestão Gilberto Kassab cumprir suas metas.
Fonte: Folha de S. Paulo, 22 de março de 2012

Categoria: Cidade


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