Um tremor de quase dois minutos, por volta das 14h20m de ontem, levou centenas de pessoas a desocuparem o Edifício Presidente Wilson, no número 51 da Avenida Antônio Carlos, no Centro.
Em frente ao prédio de 20 andares a prefeitura está construindo o Estacionamento Subterrâneo Santa Luzia, com 6.900 metros quadrados e 250 vagas.
No fim da manhã, funcionários dos consulados da França e da Itália, do outro lado da rua, também sentiram tremores.
Os prédios foram evacuados. segundo um engenheiro que se identificou como Salim, da empresa Ideg, responsável pela obra, a vibração foi causada por um rolo compactador usado na pavimentação do estacionamento subterrâneo. "Não ouve problema algum. O equipamento estava funcionando e as pessoas se assustaram", afirmou Salim.
A interdição do prédio durou mais de duas horas. A Defesa Civil municipal liberou o edifício às 16h45m, após vistoria. O chefe do Departamento de Engenharia do órgão, Luiz André Moreira Alves, não constatou trincas nem deformações. "Não sabemos o motivo da vibração. Algumas pessoas nos falaram do rolo vibratório, mas não temos como afirmar se foi isso o que provocou", disse Luiz André.
Os funcionários dos consulados retornaram ao trabalho meia hora depois do abalo, sem esperar pela Defesa Civil.
Segundo o cônsul-adjunto da França, Credic Prietro, as pessoas sentiram dois leves tremores no fim da manhã e evacuaram o prédio, sem pânico. Vigilantes do Edifício Presidente Wilson chegaram a acionar um alarme. "Eu estava numa reunião com outros advogados quando sentimos o tremor. todo mundo desceu", contou o ex ministro do Superior Tribunal de Justiça Waldemar Zveiter. "A água nos filtros balançou", disse o advogado Carlos Nunes Albuquerque.
No prédio funcionam ainda o escritório de advocacia Uchôa, o Instituto de Pesquisas Econômica Aplicada (Ipea), a construtora a Queiroz Galvão, a Viação Ibéria, a corretora Fator e uma agência do Banco do Brasil. Os bombeiros chegaram em 20 minutos.
Ontem mesmo o perito judicial Carlos Santana, indicado pela juíza da 1º Vara de Fazenda Pública, Simoni Lopes da costa, iniciou uma perícia no prédio e na obra.
Segundo o advogado do condomínio, Otávio Neves, o perito estranhou o fato de os responsáveis pela obra terem retirado o rolo compactador. ele exigirá que o equipamento seja levado de volta para ser testado em operação. "Já tínhamos entrado na Justiça com um pedido de perícia quando a obra começou. Mas,como tudo andou rápido e não tinha causado problemas, não levamos adiante. Agora, retornamos à juíza para que seja feita a perícia. Precisamos saber se será preciso fazer algum reforço estrutural no prédio", disse o advogado.
Moradores do prédio 25, vizinho ao edifício comercial, informaram que nada sentiram. Mas, segundo a síndica, que se identificou com Lucieni, o prédio está com várias rachaduras.
Fontes: O Dia (Rio de Janeiro), 22 de maio de 2007
O Globo (Rio de Janeiro), 22 de maio de 2007