A mudança permite, inclusive, a circulação de veículos elétricos, como patinetes e bikes, desde que em velocidade compatível com a via. O decreto de Haddad afirma, no entanto, que a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) pode restringir veículos e equipamentos em algumas vias devidamente sinalizadas.
Ele não deixa claro qual é a punição para quem não seguir as normas. O presidente da ANTP (Associação Nacional de Transportes Públicos), Ailton Brasiliense Pires, avalia que outros meios podem conviver com as bicicletas.
Mas, devido ao risco de acidentes, diz que a condição é haver um limite de velocidade baixo para as vias - perto de 10 km/h, algo que não existe hoje. Para Mauricio Broinizi, coordenador de mobilidade urbana da ONG Nossa São Paulo, a medida não deve congestionar as ciclovias porque os demais meios autorizados são pouco utilizados. "Está havendo uma diversificação dos meios de transporte não motorizados nas grandes cidades, então a tendência é liberar para skate e patinete, como aconteceu em Nova York", disse Broinizi.
A medida foi bem recebida por Billy Faga, presidente do Movimento SuperAção (que atua na defesa dos direitos de pessoas com deficiência). "Qualquer movimento que fomente a acessibilidade e a participação das pessoas com deficiência no espaço social traz ganhos", afirmou.
Hoje cadeirantes enfrentam obstáculos nas calçadas, como postes e buracos. A secretária municipal da Pessoa com Deficiência e Mobilidade Reduzida, Marianne Pinotti, diz que serão feitas melhorias nas calçadas para adaptar as ciclovias aos cadeirantes.
"É importante lembrar que a pessoa com deficiência não irá perder a calçada."
Fonte: Folha de S. Paulo, 17 de dezembro de 2014